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Abortamento habitual: Saiba o que é, e quais as causas

Denomina-se abortamento habitual, ou abortamento de repetição, quando a paciente passa consecutivamente por três ou mais abortamentos.

Primeiro, é importante deixar claro o que é considerado um aborto: segundo a Organização Mundial da Saúde, trata-se da interrupção da gravidez no início da gestação, antes da vida do bebê ser viável fora do útero, ou seja, quando não há nada que possa ser feito pela medicina, para que o feto sobreviva.

Acontece antes de 22 semanas completas (154 dias) de gestação, quando o peso ao nascer é normalmente de 500 g.

Pode ser classificado como precoce, quando ocorre antes de 13 semanas da gravidez, e como tardio, quando ocorre entre as 13 e 22 semanas.

E o que é abortamento habitual?

Denomina-se abortamento habitual, ou abortamento de repetição, quando a paciente passa consecutivamente por três ou mais abortamentos.

Após três perdas, o risco de ocorrer uma outra está entre 30% e 45%, motivo pelo qual este quadro merece uma atenção mais rigorosa.

O abortamento habitual acomete até 3% dos casais, mas somente em 50% dos casos é possível identificar uma causa. Essa porcentagem de diagnósticos vem aumentando, uma vez que a medicina tem avançado em exames complementares.

Quais as possíveis causas do abortamento habitual?

Fatores anatômicos, que são alterações uterinas como miomas, sinéquias e útero uni/bicorno.

Imprescindível identificação de causa e, se possível, tratamento adequado antes de uma futura gravidez.

Fatores genéticos, como anomalias cromossômicas em um dos parceiros. Cariótipo do aborto, ou do casal, permite essa identificação e orientação específica sobre uma próxima gravidez.

Fatores Endócrinos: quando há alguma alteração hormonal que impede a evolução da gestação, como insuficiência lútea, diabetes e alterações da tireoide.

Incompetência istmo-cervical, que é quando o colo do útero é incapaz de permanecer fechado e apto a sustentar a gestação até o final. Entre as causas identificáveis dessa alteração estão malformação uterina e cirurgias do colo uterino, como conização e dilatação.

O diagnóstico é feito através da história clínica, em que geralmente o abortamento é tardio, pouco sintomático e tem o feto vivo e sem malformações associadas.

Além disso, durante a gestação, faz-se ultrassonografias para avaliação da medida do colo uterino. Quando o diagnóstico está feito, pode-se usar a cerclagem ou pessário na tentativa de evitar um novo abortamento.  

Fatores Imunológicos, como doenças autoimunes.

Fatores infecciosos não entram nas causas de abortamento habitual. E a outra metade dos abortamentos cuja causa não é identificada, chamamos de idiopática.

Um abortamento costuma ser uma experiência bem dolorida (física e emocionalmente) para a maioria das mulheres.

O mais importante é permitir-se lidar com o seu luto, com seus sentimentos e não se culpar! Feito isso, converse com seu obstetra para entender possíveis caminhos e tratamentos.

Por Dr. Rodrigo Ferrarese, especialista é formado pela Universidade São Francisco, em Bragança Paulista.

Esther Vasconcelos

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