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Brasil passa por mudança estrutural para enfrentar o novo ambiente econômico, diz Barbosa
Em painel no Fórum Econômico Mundial, o ministro da Fazenda destacou a importância da atuação do governo no combate à desigualdade e no estímulo ao crescimento
O ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, disse nesta última quinta-feira (21/01) que o Brasil passa por um processo de transição e que o governo está preparando a economia para um novo ambiente global, o que exige uma mudança estrutural. No painel “How to reboot the global economy”, durante o Fórum Econômico Mundial, o ministro defendeu a manutenção da estabilidade econômica, o combate à desigualdade e a atuação do governo como coordenador das forças que possam promover o crescimento.
“O cenário internacional mudou muito. Estamos numa fase que se sucede ao boom das commodities e o Brasil está se ajustando a esse cenário internacional”, disse Barbosa. “Isso requer alguma mudança estrutural, e estamos no meio disso. Também somos uma democracia avançada, então esse tipo de mudança deve ser discutida com todos os atores relevantes. Esse processo está em curso e estou plenamente confiante de que superaremos essa fase”, acrescentou o ministro, que participou do painel sobre a retomada do crescimento mundial ao lado do prêmio Nobel de economia Joseph Stiglitz, o primeiro-ministro da Irlanda, Enda Kenny, e a empresária chinesa Zhang Xin.
Barbosa afirmou que país aproveitou o boom das commodities para aumentar a rede de proteção social, o que contribuiu para a redução da desigualdade e da pobreza e para o aumento do investimento. “Agora estamos enfrentando o desafio de consolidar as conquistas sociais que obtivemos no passado recente e preparar nossa economia para essa nova fase mundial”, afirmou.
A relevância do desempenho do PIB como medida de bem-estar social foi questionada pela plateia que assistia ao painel. “Aumentar a renda per capita ainda é muito importante para os países emergentes”, disse Barbosa. “Nosso desafio é combinar isso com outros objetivos”, afirmou, acrescentando que reduzir a desigualdade é tão importante quanto fazer crescer o PIB numa economia em desenvolvimento. “Esse é um tópico inevitável no século 21 e isso requer ação governamental”, disse ele. “O mercado pode gerar muitos ganhos de produtividade e progresso, mas também produz muita desigualdade e muita volatilidade. Temos de encontrar maneiras para que o governo lide com isso em um ambiente completamente diferente”, afirmou.
Barbosa disse que a chave para promover a redução da desigualdade juntamente com os ganhos de produtividade é criar as instituições certas que distribuam esses ganhos, de maneira a gerar mais oportunidades de emprego e de qualificação para a mão de obra.
INVESTIMENTOS E COORDENAÇÃO
O ministro da Fazenda afirmou que o governo tem um papel importante na manutenção da estabilidade econômica. “Mas a estabilidade pode ser alcançada de diversas formas, não há um caminho único”, disse ele. Ressaltando que é uma escolha da população o quanto demandará do governo e o quanto pagará em termos de impostos, Barbosa afirmou que o ambiente atual de mudanças demográficas, tecnológicas e políticas exige uma atuação intensiva por parte dos líderes de um país.
“O governo precisa liderar o caminho, não necessariamente sendo o ator principal. O governo é o coordenador de todas essas forças”, afirmou Barbosa. Na avaliação do ministro, será fundamental saber lidar com riscos e desenhar uma engenharia financeira capaz de transformar as oportunidades em investimentos concretos. “Especificamente na área do investimento, alguma coordenação de riscos e planejamento é inevitável. Esse, acredito, é o principal desafio: reduzir as desigualdades e ter políticas de desenvolvimento que estimulem o mercado a fazer coisas que não seriam feitas sem algumas garantias do governo”.
AMÉRICA DO SUL
Barbosa destacou também o grande papel que o Brasil representa para a América do Sul e disse que uma maneira de o país contribuir para a região é ampliando o investimento e aprofundando a integração regional. “O comércio bilateral do Brasil com a Argentina está melhorando, temos agora uma taxa cambial mais flexível entre ambos e acreditamos que isso possa disseminar um efeito benéfico para a região”, disse ele.
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