Carteira de crédito deve crescer 11,3% neste ano

A carteira total de crédito deve se manter em um ritmo de expansão elevado e crescer 11,3% em 2021, aponta a Pesquisa FEBRABAN de Economia Bancária e Expectativas.

A projeção é superior à registrada na última edição do levantamento (+10,3%), feita em junho, com destaque para a carteira pessoa física com recursos livres, cuja projeção de crescimento passou de 12,6% para 15,6%, impulsionada pelo processo de reabertura da economia e do avanço da vacinação no país, o que favorece especialmente as linhas ligadas ao consumo.

A Pesquisa FEBRABAN é feita a cada 45 dias, logo após a divulgação da Ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

O atual levantamento, realizado entre os dias 11 e 17 de agosto, reuniu as percepções de 18 bancos sobre a última Ata do Copom e as projeções para o desempenho das carteiras de crédito para o ano corrente e o próximo.

Segundo a Pesquisa, o expressivo desempenho esperado para a carteira Pessoa Física Livre gerou uma alta relevante na projeção da carteira Livre, que subiu 11,2% para os atuais 13,2%.

No caso da carteira Pessoa Jurídica Livre, a revisão foi mais modesta, subindo de 10,4% para 10,6%.

“No geral, as estimativas mostram que a oferta de crédito seguirá se expandindo no 2º semestre, reforçando a percepção de recuperação da atividade econômica e a relevância do crédito para este crescimento. O crédito destinado às famílias deve se manter como o principal responsável pelo crescimento da carteira neste ano, embora o crédito destinado às empresas também deva apresentar um crescimento relevante”, afirma Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da FEBRABAN.

Outro sinal positivo captado pela Pesquisa foi a melhora das projeções de inadimplência da carteira livre, tanto para este ano quanto para 2022.

Para 2021, a nova projeção recuou 0,1 ponto percentual, para 3,4%, enquanto a taxa esperada para 2022 também declinou na mesma magnitude, de 3,7% para 3,6%.

Ambas as projeções seguem abaixo do patamar pré-pandemia, quando a taxa estava próxima dos 4%, sinalizando que, apesar da alta esperada, esta deve continuar em patamar controlado.

Quanto às projeções para 2022, os entrevistados esperam uma expansão de 7,8% da carteira total de crédito, praticamente estável em relação à pesquisa anterior, quando a alta esperada era de 7,7%.

A revisão mostrou uma melhora esperada para o desempenho da carteira com recursos livres (+9,8% ante +9,2%), compensada, em parte, por uma projeção mais modesta da carteira direcionada (+4,5% ante +5,1%).

Neste caso, as revisões para baixo do desempenho da economia brasileira em 2022, diante das incertezas fiscais e políticas e o aumento da taxa Selic, tendem a conter a melhora das expectativas.

Selic

De acordo com a Pesquisa FEBRABAN de Economia Bancária e Expectativas, a grande maioria dos participantes (88,9%) entendeu como adequada a elevação de 1,0 ponto percentual da Selic ocorrida na reunião de agosto do Copom, assim como o tom do comunicado e a indicação de outro aumento de mesma magnitude na próxima reunião.

Em reflexo à atuação do Banco Central no combate à inflação, os entrevistados (mediana das projeções) acreditam que haverá nova alta de 1,0 ponto percentual na reunião do Copom de setembro, seguida por uma alta de 0,75 ponto percentual na reunião de outubro, e outro ajuste de 0,5 ponto percentual em dezembro, com a Selic finalizando o atual ciclo de ajuste em 7,5% ao ano.

Inflação

Já em relação à inflação, a preocupação é que a maior persistência inflacionária contamine as projeções de 2022.

Segundo a pesquisa, a maioria dos participantes (55,6%) entende que as projeções de inflação de 2022 estão calibradas (pouco acima do centro da meta, em torno de 3,90%).

Para uma parcela menor (22,2%), as projeções para 2022 devem seguir em alta, e a resposta do Banco Central deveria ser muito mais dura do que a sinalizada até o momento.

PIB

A pesquisa também traz as projeções para o crescimento do PIB em 2022.

Nenhum participante espera revisão para cima da atual estimativa (consenso) de crescimento, que está em 2%.

Para 55,6% dos participantes, há, inclusive, um viés de baixa, especialmente em função do aumento da Selic e das incertezas fiscais e políticas.

A pesquisa na íntegra está disponível neste link.

Gabriel Dau

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