CNI dá péssima notícia para as pequenas indústrias do Brasil

O cenário para as pequenas indústrias brasileiras já não era dos melhores, mas agora ficou ainda pior. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou novos dados sobre a saúde financeira dessas empresas, e os números não são nada animadores. Mas por quê? Porque os desafios enfrentados pelo setor continuam pesando no bolso dos empresários, especialmente os juros altos e a carga tributária.

Se já estava difícil manter a operação em dia, agora a situação financeira das pequenas indústrias piorou ainda mais no último trimestre de 2024. Mas o que exatamente esses números mostram? Vamos entender melhor.

Queda na saúde financeira das pequenas indústrias

De acordo com o Panorama da Pequena Indústria (PPI), o índice que mede a situação financeira dessas empresas caiu de 42,8 para 42 pontos entre o terceiro e o quarto trimestre de 2024. Mas o que isso significa? Significa que os empresários estão vendo suas margens de lucro diminuírem, enquanto o acesso ao crédito continua complicado.

E não para por aí. O índice de desempenho das pequenas indústrias também recuou, passando de 47,5 para 46,8 pontos no mesmo período. Mas, curiosamente, apesar da queda, o desempenho ainda é considerado positivo pela CNI, pois está acima da média histórica de 44 pontos.

Ou seja, o cenário é ruim, mas já foi pior. Mas isso não significa que os pequenos empresários estejam otimistas. Muito pelo contrário.

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Confiança em queda livre

Se tem algo que move qualquer negócio, é a confiança no futuro. Mas, para os donos de pequenas indústrias, essa confiança está no nível mais baixo desde junho de 2020. E todo mundo lembra que 2020 foi um ano de enormes dificuldades para o setor produtivo.

A falta de perspectivas positivas faz com que muitos empresários pensem duas vezes antes de investir, contratar ou expandir suas operações. Mas essa paralisia acaba criando um ciclo vicioso: sem investimentos, a produção não cresce, e sem crescimento, os desafios financeiros se tornam ainda maiores.

Os grandes vilões das indústrias: juros e impostos

Se tem algo que incomoda os pequenos industriais, são os custos que só aumentam. Mas quais são os principais culpados? Segundo a CNI, os juros altos e a carga tributária estão no topo da lista de problemas enfrentados pelo setor.

Os juros altos tornam o crédito mais caro e inacessível, dificultando investimentos ou até mesmo a manutenção do fluxo de caixa. Mas, sem dinheiro para girar o negócio, muitas empresas acabam cortando custos, adiando projetos ou, no pior dos casos, fechando as portas.

Já os impostos continuam pesando no orçamento. A complexidade do sistema tributário brasileiro é um desafio constante, e os pequenos negócios sofrem ainda mais, pois nem sempre têm estrutura para lidar com tantas obrigações fiscais. Mas, enquanto não há uma solução definitiva para reduzir essa carga, os empresários seguem tentando se equilibrar.

E agora? O que esperar?

Com os desafios financeiros se acumulando, fica a pergunta: há alguma luz no fim do túnel? A resposta é incerta. Mas algumas medidas poderiam ajudar a reverter essa situação.

A redução da taxa de juros poderia facilitar o acesso ao crédito e dar um fôlego para os pequenos empresários. Mas, para isso, seria necessário um ambiente econômico mais estável e previsível.

Outra esperança vem da reforma tributária, que promete simplificar o sistema de impostos. Mas, como qualquer mudança desse porte, os efeitos só devem ser sentidos a longo prazo.

Por enquanto, o que se pode esperar é que os pequenos industriais continuem enfrentando dificuldades. Mas, como sempre, seguem resistindo, inovando e buscando alternativas para manter seus negócios de pé.

A situação pode ser preocupante, mas uma coisa é certa: as pequenas indústrias são fundamentais para a economia brasileira. E torcer para dias melhores é o mínimo que podemos fazer. Mas, claro, torcer sozinho não basta – políticas públicas mais eficazes são essenciais para garantir que esses negócios continuem a crescer e gerar empregos.

Rodrigo Campos

Jornalista, especializado em Semiótica, há mais de 12 anos. Atuou como repórter e editor em diversos veículos de comunicação de grande nome no interior de SP e na internet.

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