Com perda de R$ 41,6 bilhões em faturamentos, o turismo Nacional mostra o pior resultado desde 2011

O turismo nacional já perdeu R$ 41,6 bilhões em faturamento entre os meses de março e setembro de 2020, período da pandemia de covid-19 no País.

O montante representa uma queda de 44% em comparação ao mesmo período do ano passado, mostra levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (SP).
 
Só em setembro, o faturamento das empresas do setor (R$ 8,6 bilhões) foi 37,6% menor do que o mesmo mês de 2019 – o que significa um rombo de R$ 5,2 bilhões É o pior resultado do turismo para setembro desde o início da série histórica, em 2011.
 
A retração é porcentualmente semelhante ao acumulado do ano, em que o turismo nacional já viu cair em 34,1% seu faturamento.
 
O mais preocupante, para a FecomercioSP, é que, ao contrário de setores como o comércio e os serviços, em recuperação desde o início do segundo semestre do ano, o turismo não apresenta sinais de retomada.

Até por isso a necessidade, segundo a Federação, de uma expansão da oferta de crédito para as empresas do setor, principalmente por meio de ajuda de programas do governo.

Companhias aéreas puxam queda

A retração do turismo em setembro foi encabeçada pelo setor de transporte aéreo, que faturou 64,6% a menos do que no mesmo mês de 2019.

Apesar do número expressivo, ele fornece algum otimismo, já que teve quedas maiores em agosto (68,8%) e julho (78,1%).

Isso se explica não apenas pela baixa demanda, mas pela redução da oferta em 54,5% dos assentos no período, segundo a Agência Nacional da Aviação Civil (Anac).
 
Na mesma linha, caíram drasticamente os faturamentos dos agentes de hospedagem e alimentação (-37,3%) e de atividades culturais, esportivas e recreativas (-24,4%).

As locadoras de carros perderam 14,8% do faturamento em comparação a setembro de 2019, mas já registram dias com a totalidade dos veículos alugados em alguns fins de semana, em diferentes cidades do País

Dicas para os empresários do turismo

Apesar das regras ainda vigentes do isolamento social e do temor de muitas pessoas em investir em viagens neste momento, o futuro próximo pode ser promissor.

Dados de outra pesquisa da FecomercioSP apontam que quase um terço das pessoas (31%) querem viajar depois que a pandemia acabar – o que indica uma demanda reprimida à espera de condições para se realizar.
 
Por isso, é importante que os empresários mantenham os canais digitais ativos desde já, não apenas para ofertar pacotes e destinos, mas também para os que clientes tenham uma comunicação clara dos novos protocolos de segurança do turismo.
 
Além disso, com as incertezas da crise atual, muitos turistas procuram por locais com flexibilidade de cancelamento ou remarcação e possibilidades de reembolsos.

Adaptar as reservas e os fluxos a esta especificidade do mercado representa uma vantagem significativa para agora e para o cenário pós-pandemia.

Nota metodológica

O estudo é baseado nas informações da Pesquisa Anual de Serviços com dados atualizados com as variações da Pesquisa Mensal de Serviços, ambas do IBGE. Os números são atualizados mensalmente pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e foram escolhidas as atividades que tem relação total ou parcial com o turismo.

Para as que têm relação parcial, foram utilizados dados de emprego ou de entidades específicas para realizar uma aproximação da participação do turismo no total.

Por FecomercioSP

Esther Vasconcelos

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