Como a reforma tributária redefine as estratégias empresariais em 2025

A Reforma Tributária brasileira está dando início a uma nova era de desafios e oportunidades para empresas de todos os setores. Embora suas alterações ainda não estejam em vigor, diante da recente aprovação do texto pela Câmara dos Deputados, o ano de 2025 surge como o momento ideal para reavaliar os planejamentos tributários e preparar-se para um cenário fiscal que promete ser transformador. Com previsão de impacto em estruturas financeiras e estratégicas, o momento é de adaptação e antecipação.

“A reforma não apenas muda as regras do jogo, mas redefine como ele será jogado. Empresas que não se prepararem correm o risco de ficar para trás em um mercado que exige agilidade e conformidade”, explica o especialista em direito tributário Jorge Coutinho, sócio do escritório Jorge Ponsoni Anorozo & Advogados Associados. Segundo ele, a nova legislação exige que as empresas revisitem suas estratégias tributárias, buscando otimizações que atendam às demandas fiscais sem comprometer o desempenho financeiro. 

Embora a implementação definitiva da reforma esteja prevista para 2032 e 2033, com um período de transição prolongado, medidas preparatórias já precisam ser adotadas a partir de 2025. Empresas deverão estruturar alterações em sistemas de controle e gestão para se adequarem gradualmente à entrada do novo sistema tributário brasileiro. A reavaliação de processos internos, o treinamento de equipes e a revisão de modelos de apuração fiscal serão fundamentais nesse período de adaptação. 

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A complexidade do sistema tributário brasileiro também traz implicações para setores específicos, que terão de considerar variáveis como tributação indireta, mudanças nos regimes de substituição tributária e novos critérios para apuração de impostos. “Essa é uma oportunidade única para revisitar as operações e encontrar formas mais eficientes de se adequar ao sistema, aproveitando incentivos e evitando penalidades futuras”, comenta Coutinho. 

Outro aspecto fundamental da reforma é o impacto no planejamento de investimentos. Empresas que buscam expansão ou que operam em múltiplos estados precisam avaliar como as mudanças afetarão a competitividade regional e os custos operacionais. A implementação de novas ferramentas tecnológicas, como sistemas de Enterprise Resource Planning (ERP) adaptados à legislação tributária, também está no radar de organizações que pretendem otimizar suas estruturas.

“A implementação não é imediata, mas os reflexos começam agora, sobretudo na adequação de sistemas e no treinamento das equipes. O planejamento tributário deixa de ser apenas uma ferramenta de eficiência financeira e passa a ser um elemento de sobrevivência competitiva”, reforça Coutinho. 

Em um contexto onde a previsão é de maior transparência e rastreabilidade fiscal, o escritório destaca que a adaptação será decisiva para evitar passivos inesperados e multas. O foco, segundo o profissional, é a conscientização das lideranças empresariais sobre a importância de agir agora. “Aqueles que esperarem a reforma entrar em vigor para agir terão menos margem de manobra e mais custos para se adaptar”, alerta. 

Ter uma equipe multidisciplinar e uma visão focada em resultados será essencial para auxiliar as organizações na implementação de estratégias que garantam conformidade e eficácia no novo cenário fiscal brasileiro. “Estamos acompanhando de perto as mudanças legislativas e ajudando nossos clientes a navegarem por esse processo com segurança e assertividade. Nosso objetivo é reverter um momento de incerteza em uma oportunidade de crescimento e fortalecimento”, destaca o advogado.

Para Coutinho, o futuro do sistema tributário brasileiro está sendo desenhado agora. “As organizações que investirem em conhecimento e adaptação estarão mais preparadas para aproveitar as oportunidades que virão”, completa o especialista.

Ricardo de Freitas

Ricardo de Freitas não é apenas o CEO e Jornalista do Portal Jornal Contábil, mas também possui uma sólida trajetória como principal executivo e consultor de grandes empresas de software no Brasil. Sua experiência no setor de tecnologia, adquirida até 2013, o proporcionou uma visão estratégica sobre as necessidades e desafios das empresas. Ainda em 2010, demonstrou sua expertise em comunicação e negócios ao lançar com sucesso o livro "A Revolução de Marketing para Empresas de Contabilidade", uma obra que se tornou referência para o setor contábil em busca de novas abordagens de marketing e relacionamento com clientes. Sua liderança no Jornal Contábil, portanto, é enriquecida por uma compreensão multifacetada do mundo empresarial, unindo tecnologia, gestão e comunicação estratégica. Além disso é CEO da FiscalTalks Inteligência Artificial, onde desenvolve vários projetos de IA para diversas areas.

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