Como o RH pode lidar com funcionários que sofrem de depressão?

Você saberia dizer qual é a enfermidade que tem o maior crescimento no mundo? Não é a Covid-19. Trata-se de um transtorno psiquiátrico que atinge pessoas de qualquer idade e, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), é a quarta causa de incapacitação: a depressão. 

 A pessoa pode apresentar os seguintes sinais: angústia, prostração, queda de rendimento e perda de interesse pela vida, muitas vezes sem motivo aparente. No Brasil, que lidera o número casos de depressão na América Latina, estima-se que mais de 300 milhões de pessoas sofram dessa patologia. Também houve um aumento na quantidade de trabalhadores afastados das atividades corporativas. Traduzindo o cenário em números, cerca de 25% (181.608) dos empregados precisaram de licença médica. 

Números impressionantes e preocupantes. Acompanhe conosco como o setor de Recursos Humanos (RH) das empresas pode ajudar esses colaboradores.

A pandemia e a saúde mental

Quem sofre de depressão e ansiedade ainda teve que se superar para passar pelo isolamento social provocado pela pandemia da Covid-19. O distanciamento social imposto e um home office aumentaram mais ainda o risco de ansiedade e depressão.

Assim, salvo as exceções, os profissionais estão sempre em estado de alerta, em fadiga pandêmica, com saúde mental no trabalho deficitária e baixas taxas de dopamina, o hormônio da felicidade. 

O diagnóstico nem sempre é aceito e, em alguns casos, a vergonha em admitir o problema posterga a busca por ajuda. Com dados cada vez mais alarmantes, a depressão ganha mais espaço nas discussões em diversas esferas sociais, incluindo o meio corporativo. Algumas empresas começaram a acolher e auxiliar funcionários na luta contra o transtorno psiquiátrico, mas ainda são poucas.

Como o RH pode identificar sinais dessa doença?

Muitas vezes, é muito difícil para quem sofre desses transtornos entender o que está acontecendo ou se abrir. Afinal, existe um estigma muito grande em torno desse assunto. Por isso, mais um motivo para o setor de RH estar atento ao seu quadro de funcionários a fim de detectar pequenos sinais.

Por isso, vamos dar algumas dicas que podem ajudar a identificar e ajudar esses profissionais:

Mudanças Comportamentais: Quando detectar uma queda importante de performance entre os colaboradores, marque um papo com ele para entender o que está acontecendo.

Delegue tarefas: Inclua treinamentos de saúde para os profissionais e capacite os líderes de equipe. Assim, será mais fácil para eles reconhecerem alguns sinais como irritabilidade e falta de motivação. 

Bate papo informal nas pausas: O cantinho do café ou a copa são ambientes excelentes para ter uma conversa mais aberta com colaboradores ansiosos. Pratique a comunicação amigável e a empatia para essa abordagem, que deve ser humana e não calculada.

Criar um canal de comunicação aberto – Uma vez detectado o problema, incentive o colaborador a procurar atendimento médico. Criar essa comunicação é confortante, pois a pessoa tem a quem recorrer. Por isso, estar disponível para que o colaborador que se encontra ansioso ou deprimido se sinta livre para acionar o RH em caso de ajuda.

Parcerias com clínicas-escolas ou núcleos existentes dentro do espaço corporativo – O RH pode direcionar o colaborador para algum parceiro, a exemplo as empresas que possuem convênio com instituições de ensino ao qual possuem as clínicas-escolas que oferecem atendimento psicológico gratuito ou a um preço acessível. Geralmente, esse setor possui profissionais do campo da psicologia que podem contribuir bastante na identificação, apoio e direcionamento para ajuda especializada. 

Finalmente, compete à empresa acompanhar o desdobramento da situação dos seus funcionários e verificar se a raiz do problema não está na própria empresa, devido à gestão que assedia moralmente ou sexualmente, como também o clima organizacional ou de ordem estrutural. A empresa precisa entender que a depressão é um problema real, que afeta a vida do trabalhador e não encará-la como mera banalidade.

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Ana Luzia Rodrigues

Formada em jornalismo há mais de 30 anos, já passou por diversas redações dos jornais do interior onde ocupou cargos como repórter e editora-chefe. Também já foi assessora de imprensa da Câmara Municipal de Teresópolis. Atuante no Jornal Contábil desde 2021.

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