Contabilidade

Conta bancária na mira da Receita: cruzamento da DIRPF com e-Financeira pode acabar em multas pesadas

A Receita Federal do Brasil está cada vez mais eficiente no combate à sonegação e à inconsistência de informações. A principal ferramenta para isso é o cruzamento de dados. É como se fosse um BBB (Big Brother Brasil) da fiscalização buscando qualquer deslize ou inconsistência que o contribuinte possa dar.

Um dos cruzamentos mais recentes e que merece a atenção de todos os contribuintes é a verificação das informações prestadas na Declaração do Imposto de Renda Pessoa Física (DIRPF) com os dados recebidos através da e-Financeira.

O que é a e-Financeira e como ela funciona?

A e-Financeira é uma obrigação acessória que as instituições financeiras são obrigadas a enviar à Receita Federal semestralmente. Ela reúne um vasto volume de informações sobre as movimentações financeiras de pessoas físicas e jurídicas. Isso inclui:

  • Saldos de contas correntes e poupança.
  • Aplicações financeiras (CDBs, fundos de investimento, Tesouro Direto, etc.).
  • Operações de crédito e débito nas contas bancárias.
  • Transações com moedas estrangeiras, incluindo envios e recebimentos do exterior.
  • Contribuições e resgates de planos de previdência privada.
  • Movimentações de investimentos, resgates e alienações.

Em geral, qualquer movimentação que ultrapasse R$ 2.000,00 para pessoas físicas ou R$ 6.000,00 para pessoas jurídicas no mês é informada à Receita Federal pelas instituições financeiras. 

Vale lembrar que esse valor é o montante global movimentado no mês, e não por operação individual.

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Cruzamento de dados

Com as informações da e-Financeira em mãos, a Receita Federal utiliza tecnologia avançada para cruzar esses dados com o que o contribuinte declara na sua DIRPF. O objetivo é identificar qualquer inconsistência ou omissão, seja de rendimentos, bens ou direitos.

Por exemplo, se a sua e-Financeira mostra um volume de movimentação financeira significativamente maior do que os rendimentos que você declarou na DIRPF, isso acende um alerta para o Fisco. Da mesma forma, a omissão de saldos bancários ou de investimentos pode ser facilmente detectada. A Receita também verifica:

  • Se os rendimentos isentos ou não tributáveis, como lucros e dividendos, correspondem à movimentação financeira.
  • A compatibilidade entre o patrimônio declarado e a capacidade financeira demonstrada pela movimentação bancária.

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Cuidados essenciais que o contribuinte deve adotar

A palavra de ordem é transparência e organização. Para evitar a malha fina e possíveis penalidades, é fundamental que o contribuinte adote os seguintes cuidados:

  1. Declare todos os seus bens e direitos de forma completa e exata
  2. Informe todos os rendimentos, sejam eles tributáveis, isentos ou não tributáveis
  3. Mantenha a organização e a documentação em dia
  4. Não omita informações por medo ou desinformação

O que fazer para evitar problemas?

O cruzamento de dados entre a DIRPF e a e-Financeira é uma ferramenta poderosa de fiscalização. Ignorar essa realidade pode trazer consequências sérias, como multas e até processos por sonegação fiscal. A melhor estratégia é sempre a conformidade e a transparência.

Você tem dúvidas sobre como suas movimentações financeiras podem impactar sua declaração de Imposto de Renda? Procure sempre um contador qualificado para auxiliar no preenchimento e evitar dores de cabeça com o Fisco.

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Ana Luzia Rodrigues

Formada em jornalismo há mais de 30 anos, já passou por diversas redações dos jornais do interior onde ocupou cargos como repórter e editora-chefe. Também já foi assessora de imprensa da Câmara Municipal de Teresópolis. Atuante no Jornal Contábil desde 2021.

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