A relação com o contador: confiança é a palavra-chave

Tratar dos assuntos contábeis de sua empresa pode não ser a tarefa mais agradável, mas nem por isso você deve terceirizá-la. O ideal é ter o suporte e orientação de um contador, mantendo uma relação de parceria e proximidade com este profissional. Segundo Heloisa Motoki, sócia-fundadora da Quali Contábil, o contador deve participar e tomar conhecimento das decisões estratégicas da empresa. “Ele deve saber como a empresa atua, quais são os planos de crescimento, as dificuldades de gestão e estar atento ao mercado e à legislação para tentar antecipar problemas e auxiliar nas soluções. Se você trabalha com um contador que só gera imposto e não avalia a situação do negócio como um todo, pode colocar em risco a operação da empresa ou até mesmo de sua pessoa física”, avisa.

Escolha criteriosa

Antes de contratar, é importante conhecer tanto o contador como sua equipe. “Informe-se sobre o histórico do profissional, busque indicações, saiba como ele atua no dia a dia. Avalie, ainda, sua disponibilidade para atender a empresa, quais os meios de comunicação usados e o tempo que terá de retorno. Veja como ele se mantém atualizado sobre a legislação e como será sua atuação, em relação ao fluxo de informações e documentos. Alinhe as rotinas que serão necessárias para ele possa estar bem informado sem ter que burocratizar sua empresa. Por último, avalie também sobre os serviços que estão contratados e os custos para execução de trabalhos extras”, aconselha Heloísa.

Lembre-se: a decisão de contratar um contador nunca deve ser baseada somente em preço, porque o barato pode sair caro.

Cada um com seu papel

Você pode deixar a cargo do contador as atividades operacionais relacionadas ao seu negócio, como registro de funcionários, apuração dos impostos, entrega de obrigações acessórias e escrituração contábil. Mas é importante acompanhar o trabalho, observar de que forma está sendo feito e analisar os resultados. “Através da contabilidade é possível enxergar em qual posição a empresa se encontra, se o que foi planejado está sendo executado, se melhorou ou piorou e qual as necessidades de mudança de rota”, diz Heloísa. Você deve, portanto, ser responsável pelo planejamento do seu negócio como um todo. “É importante ter a visão de cima, para saber quais peças precisam ser mexidas, como num jogo de tabuleiro. Quem deixa de olhar a empresa de forma estratégica para fazer atividades operacionais diárias acaba se sobrecarregando e não enxerga o óbvio. O trabalho do contador deve complementar e estar ligado aos executados pela área financeira e demais setores da empresa, como RH, compras e vendas. Se não houver sincronia, seu negócio poderá correr riscos”, alerta.

Confiança é a chave do sucesso

Cada um deve ajustar e acordar com o contador a melhor forma de trabalharem. No entanto, a confiança de ambos os lados é sempre essencial.

Juliana Moto, sócia da Caraminholando Atelier de Festas, mantém uma reação de parceria com sua contadora. “Toda dúvida que tenho em relação a funcionários (parte legal e de pagamentos) e sobre os impostos, são tratados com ela. Mas acompanho de perto a contabilidade da empresa: assumo o cuidado, controle e organização dos documentos, e envio mensalmente todas as informações para que ela possa emitir as guias de impostos e a folha de pagamento”, conta.

A empreendedora Grace Barbosa, do portal Mãezíssima, delega para a profissional todas as questões tributárias e contratos. “Desta forma ganho tempo e agilizo o trabalho. Eu, no entanto, me responsabilizo pela emissão de notas fiscais e controles financeiros (entradas e saídas). Acredito que a área financeira seja muito importante para a saúde de qualquer negócio. Por isso, não dá para ter medo, é preciso encarar o desafio de mexer em planilhas, números, controles. Sou da área de humanas, isso é realmente é um desafio para mim, mas é preciso enfrentá-lo”, explica.

(Com Site Itaú Mulher)

 

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