Depois do burnout, o novo risco ao trabalho é o Boreout; conheça / Imagem canva pro
Após o burnout, que é caracterizado pelo esgotamento físico e mental devido ao excesso de trabalho, surge um novo e perigoso fenômeno no ambiente corporativo: o boreout. Mas, ao contrário do burnout, o boreout está relacionado ao tédio extremo no trabalho, uma sensação de desengajamento causada pela falta de desafios ou sentido nas atividades desempenhadas.
O boreout é a síndrome do tédio no ambiente de trabalho, em que o funcionário se sente desmotivado, apático e desconectado. Mas o tédio aqui não é simples: ele se torna um problema sério, que pode afetar tanto a saúde mental quanto a produtividade. Embora a pessoa não esteja sobrecarregada de tarefas, a falta de engajamento e de desafios na rotina profissional pode levar a consequências graves.
O conceito de boreout foi criado pelos consultores suíços Peter Werder e Philippe Rothlin, que, em seu livro “Diagnose Boreout”, explicaram como o tédio no trabalho pode ser tão prejudicial quanto o estresse excessivo. Mas, ao contrário do burnout, que está relacionado ao excesso de demanda, o boreout surge da falta de estímulos.
Os sintomas do boreout são surpreendentemente semelhantes aos do burnout: sensação de exaustão, distanciamento mental do trabalho, baixa eficácia profissional e até uma sensação de cinismo. Mas o que distingue o boreout é que ele não surge da pressão e do excesso de tarefas, mas da completa falta de motivação e sentido nas atividades diárias.
De acordo com especialistas como Karishma Patel Buford, diretora de pessoas da Spring Health, o boreout pode ser desencadeado por diferentes fatores, como tarefas monótonas, falta de reconhecimento, e a ausência de desafios ou interações sociais no trabalho. Esse cenário gera uma sensação de frustração e pode, eventualmente, levar à desconexão emocional com a função e a empresa.
O boreout não afeta apenas a saúde do funcionário, mas também tem repercussões no clima organizacional. Funcionários desmotivados têm baixa produtividade e não contribuem para a inovação, que é essencial para o crescimento e sucesso de uma empresa. Além disso, a falta de engajamento pode prejudicar a dinâmica de trabalho em equipe e gerar um ambiente de baixa colaboração.
Annie Rosencrans, diretora de pessoas e cultura da HiBob, comenta que o boreout é um sintoma da desconexão que muitos trabalhadores sentem atualmente, especialmente em tempos de incerteza e distanciamento no trabalho. Mas o impacto não se limita a isso: o desengajamento pode levar a um ciclo vicioso, onde o funcionário se afasta cada vez mais, comprometendo ainda mais o desempenho.
Identificar o boreout é crucial para evitá-lo, mas a tarefa nem sempre é fácil, já que ele muitas vezes começa de forma sutil. A dica é ficar atento aos sinais de desmotivação: se você perceber que está constantemente entediado, sem desafios, ou sentindo que o seu trabalho não tem mais propósito, talvez seja hora de parar para refletir.
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Síndromes do mundo corporativo: Relação entre boreout e burnout
Para as empresas, a solução começa com a criação de um ambiente de trabalho engajador. Ilya Trakhtenberg, diretor da L.E.K. Consulting, recomenda incentivar a inovação e a experimentação dentro das equipes. Criar oportunidades para que os colaboradores se sintam desafiados, valorizados e comprometidos com os objetivos da empresa pode ser um bom antídoto contra o boreout.
Para os funcionários, buscar oportunidades de crescimento pessoal e profissional dentro da organização é fundamental. Isso pode envolver pedir mentorias, buscar novos projetos, ou até mudar de área dentro da própria empresa. Se o trabalho já não traz mais satisfação, procurar formas de se reconectar com seus objetivos pode ser a chave para superar a situação.
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O papel dos líderes é fundamental no combate ao boreout. Eles devem criar uma cultura de feedback constante, onde os funcionários se sintam ouvidos e saibam que suas contribuições são reconhecidas. Além disso, investir em treinamento e criar oportunidades de experiência entre diferentes áreas pode ajudar a manter o time motivado e engajado.
Além disso, é importante garantir que os colaboradores se sintam parte de um ambiente inovador e dinâmico, onde desafios reais estão presentes. Segundo Stuart Jackson, da L.E.K. Consulting, uma empresa que não promove a inovação tende a ver uma queda no engajamento e, consequentemente, a redução de produtividade.
O boreout, embora menos discutido que o burnout, é igualmente prejudicial à saúde e ao desempenho no trabalho. Mas, com atenção e a criação de um ambiente mais dinâmico e desafiador, é possível não apenas evitá-lo, mas também promover um espaço mais engajador para os colaboradores.
Tanto para líderes quanto para empregados, o importante é entender que o engajamento e a motivação são fundamentais para o bem-estar e o sucesso a longo prazo. Não subestime o poder de um ambiente estimulante, onde os desafios sejam reais e o propósito esteja sempre alinhado com as metas da empresa.
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