O estoque da Dívida Pública Federal (DPF) encerrou o mês de julho em R$ 6,14 trilhões, uma redução de R$ 49,24 bilhões (-0,80%) em termos nominais (sem considerar a inflação) em comparação a junho (R$ 6,19 trilhões). Esse resultado foi impulsionado principalmente pela retração de 0,74% da Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi), que passou de R$ 5,96 trilhões, em junho (pelo resgate líquido), para R$ 5,91 trilhões, em julho. O estoque da Dívida Pública Federal externa (DPFe) caiu 2,17% (termos nominais) no período, encerrando o mês passado em R$ 228,96 bilhões (US$ 48,29 bilhões).
As informações constam do Relatório Mensal da Dívida referente a julho, produzido pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN). O material foi divulgado na tarde desta terça-feira (29/8) em coletiva on-line. Participaram da entrevista o coordenador-geral de Planejamento Estratégico da Dívida Pública, Luiz Fernando Alves; o coordenador-geral de Controle e Pagamento da Dívida Pública, Leonardo Canuto; e o coordenador de Operações da Dívida Pública, Roberto Lobarinhas.
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O relatório destaca que o sétimo mês de 2023 foi marcado, no cenário externo, com as Treasuries norte-americanas em alta, repercutindo os dados mais fortes de atividade econômica, como o Produto Interno Bruto (PIB), a renda pessoal e serviços do país. Contudo, o movimento mudou a partir da divulgação do CPI [Consumer Price Index] abaixo das expectativas, no dia 12 de julho. Na China, dados mais fracos de balança comercial e PIB elevaram as expectativas por anúncio de estímulos.
No mercado local, a curva de juros apresentou volatilidade, refletindo o cenário externo e as expectativas quanto à postura do Comitê de Política Monetária (Copom) na reunião de agosto. Finalizou o mês com queda na parte curta e alta nos vértices intermediários e longos. O CDS [Credit Default Swap] Brasil alcançou o valor de 164 pontos base no dia 31 de julho (redução de 6,78% em relação a junho), destaca o Tesouro.
“Em julho houve uma forte volatilidade no mercado externo, sobretudo nas Treasuries norte-americanas, que começaram o mês com uma alta muito intensa motivada por dados de atividade; em um segundo momento caíram com dados de inflação, das expectativas, e posteriormente voltaram a subir fortemente em mais uma ocasião. Também houve uma valorização das commodities no mês, o que favoreceu os países emergentes. Toda essa volatilidade impactou a curva doméstica de juros, sobretudo nas partes intermediária e longa; enquanto na parte curta caiu alguns pontos, refletindo expectativas de um corte da Selic superior a 25 pontos, como de fato acabou ocorrendo na decisão do Copom em agosto”, comentou o coordenador de Operações da Dívida Pública, Roberto Lobarinhas.
Acesse o Relatório Mensal da Dívida referente a julho de 2023
Em junho, o governo emitiu R$ 134,40 bilhões em títulos da Dívida Pública Federal (DPF) e resgatou R$ 227,08 bilhões. Essa movimentação resultou no resgate líquido de R$ 92,68 bilhões no mês, sendo R$ 89,86 bilhões relativos à Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) e R$ 2,82 bilhões à Dívida Pública Federal externa (DPFe).
“Em relação às operações no mercado primário, eu começaria destacando o grande vencimento de prefixados no mês. Vencimentos de LTN, de NTN-F, que, somados a outros valores menores, totalizaram R$ 227,81 bilhões. Como era de se esperar, uma parcela relevante dos recursos pagos nesse vencimento se reverterem ao próprio mercado primário de títulos do Tesouro, fazendo que a emissão de julho se tenha sido superior à média do ano, de R$ 124 bilhões”, afirmou Lobarinhas. Ele informou que, também como era aguardado, houve resgate líquido no mês passado, o que acabou elevando o resgate líquido acumulado do ano para R$ 149,38 bilhões.
Em julho, o grupo “Prefixado” reduziu a participação na DPF para 24,65%, motivado pelo resgate líquido no período. Por outro lado, os grupos “Flutuante” e “Índice de Preços e Câmbio” ampliaram suas participações para, respectivamente, 41,20% e 30,21%.
As Instituições Financeiras permanecem sendo os principais detentores dos títulos da dívida, com uma participação de 29,21%, seguidas por Fundos de Investimento (24,10%), Previdência (23,12%) e Não-residentes (9,22%).
Durante o mês passado, foi observada redução nos estoques detidos por Instituições Financeiras (- R$ 11,22 bilhões), Fundos de Investimento (-R$ 21,24 bilhões) e Não-residentes (-R$ 19,39 bilhões). Por outro lado, houve alta em Previdência (+ R$ 14,81 bilhões).
O custo médio do estoque da DPF acumulado em 12 meses subiu de 10,00% ao ano, em junho, para 10,07% anual, em julho. O custo médio do estoque da DPMFi acumulado em 12 meses subiu de 10,59% ao ano (junho) para 10,67% anual (julho). O custo médio das emissões em oferta pública da DPMFi caiu de 12,50% ao ano, em julho, para 12,22%, no mês passado.
O custo médio do estoque da DPFe acumulado em 12 meses caiu de -2,89% ao ano, em junho, para -3,34% ao ano, em julho, refletindo a depreciação do dólar em relação ao real de 1,61% no mês passado.
A reserva de liquidez (colchão) apresentou queda, em termos nominais, de 11,32%, passando de R$ 1,118 trilhão, em junho, para R$ 991,85 bilhões, no mês passado. Em relação a julho de 2022, quando a reserva era de R$ 1,177 trilhão, ocorreu uma retração de 15,78% (termos nominais). O índice de liquidez registrado em junho garante pagamentos de 8,28 meses de vencimentos futuros. Está garantida, portanto, a manutenção do caixa prudencial, acima de três meses de vencimentos à frente.
O Tesouro Direto contabilizou vendas de R$ 3,57 bilhões e resgates de R$ 2,59 bilhões em julho, resultando em emissão líquida de R$ 980 milhões. O título mais demandado foi o Tesouro Selic (65,60%). O estoque alcançou R$ 119,99 bilhões, alta de 1,54% em relação a junho. Os títulos indexados à inflação representaram 50,10% do estoque. Operações até R$ 5 mil responderam por 84,23% das compras do Tesouro Direto no mês passado.
O Tesouro direto teve 339.220 novos investidores cadastrados em julho. Isso elevou o número total de investidores a 25,01 milhões, representando aumento de 24,86% nos últimos 12 meses. O total de investidores ativos chegou a 2,29 milhões no mês (variação de 12,40% nos últimos 12 meses).
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O Tesouro Nacional destaca que o mês de agosto foi marcado pelo aumento da aversão ao risco, com investidores precificando um cenário de juros altos por um período mais longo nas principais economias.
Em agosto, a curva de juros local ganhou inclinação, refletindo a aversão ao risco no exterior e início do ciclo de afrouxamento monetário no Brasil.
Assista à íntegra da entrevista coletiva concedida pelo Tesouro Nacional sobre o Relatório Mensal da Dívida de julho de 2023
Fonte: Ministério da Fazenda
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