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Donald Trump: um olhar sobre as vantagens e desafios para a internacionalização de empresas brasileiras

As eleições nos Estados Unidos sempre geram expectativas e debates acalorados sobre o futuro e as relações com os demais países do mundo. Para empresas brasileiras que buscam expandir suas operações no mercado estadunidense, a política fiscal e as leis de imigração estão entre os tópicos mais relevantes. No entanto, a internacionalização de empresas brasileiras para os EUA se manterá robusta e cheia de oportunidades.

O novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem uma visão clara sobre a política fiscal, focando no corte de impostos e no aumento de tarifas para produtos importados. Entre as propostas de Trump estão a imposição de tarifas de 10% a 20% sobre todas as importações, além de tarifas de 60% sobre produtos vindos da China; redução da alíquota de 21% para 15% para imposto corporativo; e a eliminação dos impostos sobre horas extras e gorjetas dos trabalhadores, além de ampliar o corte de impostos para todas as classes, incluindo os mais ricos.

Para as empresas brasileiras que buscam expandir para os EUA, um ambiente de baixa tributação é atrativo, pois permite maior flexibilidade nos lucros e reinvestimentos. A administração anterior reduziu significativamente a taxa de imposto corporativo, e um presidente de perfil conservador como Trump indica que essa abordagem deve continuar. Dentro do contexto que vivenciamos no processo de internacionalização, isso pode representar uma vantagem para as empresas que buscam maximizar seus lucros ao operar nos Estados Unidos.

Levando em conta que as propostas de Trump podem aumentar a inflação e criar potenciais choques de oferta ou demanda, ainda vemos que a economia dos Estados Unidos continua sendo uma das mais importantes e diversificadas do mundo. Além disso, a confiança dos empresários brasileiros no ambiente de negócios do país segue alta, conforme demonstrado pelo fluxo contínuo de profissionais e empresas em direção ao mercado estadunidense. A resiliência da sua economia, aliada a políticas fiscais que favorecem a expansão empresarial, garante que a internacionalização de empresas brasileiras continuará a crescer de forma sólida.

Outro tema de grande relevância para empresários brasileiros que desejam internacionalizar suas operações nos EUA é a imigração. A eleição de Trump deve influenciar como o país receberá esses trabalhadores e empreendedores no futuro. Candidatos conservadores, como Donald Trump, tendem a adotar uma abordagem mais restritiva, com maior controle e critérios mais rígidos para a concessão de vistos.

O candidato eleito deixou claro durante sua campanha que pretende retomar políticas migratórias da época em que era presidente, o que pode incluir um aumento no tempo de liberação de vistos, tornando o processo mais moroso e caro, com entrevistas para casos que não necessitariam e ainda a solicitação de documentos extras; restrição nos green cards e vistos para família, principalmente para quem tiver nível educacional menor ou for de baixa renda e idosos; e diminuir o tempo de validade do visto, podendo cair de cinco para dois anos, em alguns casos.  A sua proposta ainda prevê a maior deportação em massa da história dos EUA e o fechamento de fronteiras, sob a justificativa de combater a entrada de imigrantes ilegais, assim como remover qualquer possibilidade de asilo no país.

Apesar dessas medidas, é importante destacar que a demanda por talentos e investimentos estrangeiros nos Estados Unidos permanece alta e empresários brasileiros podem se adaptar a essas mudanças buscando alternativas como vistos específicos para investidores (como o visto EB-5) ou programas de vistos de trabalho que atendam às necessidades de suas operações.

A robustez da internacionalização de empresas brasileiras para os Estados Unidos é sustentada pela confiança mútua, pelas oportunidades de crescimento e pela capacidade de adaptação frente às mudanças políticas e econômicas. Portanto, os empresários brasileiros devem continuar a enxergar os Estados Unidos como um mercado estratégico para expansão, aproveitando as vantagens fiscais e econômicas oferecidas, enquanto se preparam para enfrentar os desafios que possam surgir no cenário político.

Em suma, a internacionalização de empresas brasileiras para os EUA mantém-se promissora, reafirmando o Brasil como um polo de empreendedorismo que busca incessantemente novas fronteiras e oportunidades de crescimento no cenário global.

Sobre o autor

Pedro Drummond é sócio da Drummond Advisors, advogado licenciado para a prática da advocacia no Brasil e no estado de Nova York, EUA, com atuação em direito societário, operações de venture capital, investimento anjo, tributação e imigração no contexto da expansão internacional de negócios.

Ricardo de Freitas

Ricardo de Freitas não é apenas o CEO e Jornalista do Portal Jornal Contábil, mas também possui uma sólida trajetória como principal executivo e consultor de grandes empresas de software no Brasil. Sua experiência no setor de tecnologia, adquirida até 2013, o proporcionou uma visão estratégica sobre as necessidades e desafios das empresas. Ainda em 2010, demonstrou sua expertise em comunicação e negócios ao lançar com sucesso o livro "A Revolução de Marketing para Empresas de Contabilidade", uma obra que se tornou referência para o setor contábil em busca de novas abordagens de marketing e relacionamento com clientes. Sua liderança no Jornal Contábil, portanto, é enriquecida por uma compreensão multifacetada do mundo empresarial, unindo tecnologia, gestão e comunicação estratégica.

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