Eliseu Martins, renomado contador, fecha acordo de R$ 2,5 milhões com o Itaú para encerrar acusação de fraude
O renomado contador Eliseu Martins firmou um acordo com o Itaú na sexta-feira (30) para pôr fim a uma disputa judicial. O banco o acusava de envolvimento em uma fraude com o ex-CFO da instituição. Martins declarou que sua principal motivação para encerrar o caso, aos 80 anos, foi poupar seus filhos do processo.
“Preferi devolver o que me era devido e encerrar, aos 80 anos, essa maluquice. Principalmente pelo envolvimento injusto dos meus filhos”, afirmou Martins em e-mail à Folha de São Paulo.
Martins, figura proeminente na contabilidade brasileira, já ocupou cargos de diretor no Banco Central, na FEA-USP, na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e presidiu a Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis Atuariais e Financeiras).
Na sexta-feira (30), ele formalizou um acordo judicial com o Itaú para encerrar a ação movida pelo banco contra ele e Alexsandro Broedel, ex-diretor financeiro da companhia. A cobrança judicial contra Martins referia-se ao recebimento de honorários por pareceres contratados, mas não entregues.
No documento do acordo, Martins reconheceu a existência de uma “sociedade de fato” com Broedel. O objetivo dessa sociedade era a prestação de serviços e a elaboração de pareceres contábeis e consultorias. O Itaú alegava judicialmente ter efetuado o pagamento dos pareceres sem o conhecimento dessa relação comercial entre os dois, o que, segundo o banco, feria suas normas de governança.
Para encerrar o caso, Martins se comprometeu a pagar uma indenização de R$ 2,5 milhões. Anteriormente, ele já havia restituído R$ 1,5 milhão ao Itaú referente a quatro pareceres pagos antecipadamente, mas que não foram entregues.
Segundo Martins, o último pagamento ocorreu em maio de 2024 e referia-se a cinco pareceres.
“Entreguei o primeiro em junho, e em julho o Broedel saiu do banco, e o banco não pediu mais. Por isso, desde há uns oito meses fui o primeiro a dizer que tinha que devolver. Esse de fato foi valor recebido e o serviço não foi prestado. Por isso devolvi. Mas já faz um certo tempo que o fiz”, explicou Martins à reportagem.
[💡 Ponto Crítico: O reconhecimento da “sociedade de fato” entre Martins e Broedel foi um ponto central para o acordo.]
Eric Martins e Vinícius Martins, filhos do contador, também foram mencionados no processo por serem sócios de duas consultorias de seu pai, a Evam e a Care Consultores. No entanto, o Itaú reconheceu no documento que ambos jamais prestaram serviços ao banco ou receberam valores relacionados aos serviços prestados por seu pai.
Em manifestações anteriores, quando o caso se tornou público em dezembro do ano passado, Martins classificou como absurdo o envolvimento de seus filhos na denúncia feita pelo banco.
Em nota divulgada por sua assessoria na sexta-feira, Martins afirmou ter assinado o acordo judicial com o banco para demonstrar boa-fé e seu comprometimento com o esclarecimento dos fatos.
“Atuei em sociedade de fato, não de direito, para prestação de serviços de elaboração de pareceres contábeis e consultorias com o Sr. Alexsandro Broedel Lopes, decorrente de longo relacionamento profissional, acadêmico e serviços prestados para diversas companhias, entre elas o Itaú. O critério estabelecido para a divisão dos honorários era o seguinte: 40% para Alexsandro Broedel e 60% para mim, independentemente de quem fosse a empresa contratante”, declarou o contador no comunicado.
[🤔 Para Refletir: Como a reputação de profissionais renomados pode ser afetada por acusações de fraude e o impacto disso em suas famílias?]
Segundo Martins, os serviços em questão nas ações judiciais foram devidamente remunerados pelo banco. Ele alega desconhecer a existência de pagamentos por serviços não prestados. “Jamais efetuei qualquer pagamento em favor do Sr. Alexsandro Broedel Lopes em razão da minha indicação como prestador de serviços”, asseverou.
Martins esclareceu ainda que as transferências bancárias para Alexsandro Broedel foram realizadas exclusivamente por ele, através das empresas contratadas, nas quais seus filhos figuram como sócios.
“As transferências ocorreram sem nenhuma participação direta ou indireta deles, que sequer tinham conhecimento de tal sociedade. Como reconhecido pelo Banco Itaú, meus filhos jamais estiveram envolvidos em prestações de serviços à instituição, bem como nunca receberam valores referentes a tais serviços”, continuou Martins.
“Desconheço os procedimentos de controles internos do Banco Itaú, bem como quem aprovava e liberava os pagamentos relacionados aos serviços prestados por mim. Ressalto ainda que minha relação com o Banco Itaú existe há mais de 40 anos, com todas as contratações fundamentadas em capacidade e expertise reconhecidas pela instituição”, concluiu o comunicado do contador.
[➡️ Fique Ligado: A longa relação profissional de Martins com o Itaú é um ponto destacado em sua defesa.]
Até o momento, Broedel mantém sua posição no TJSP (Tribunal de Justiça de São Paulo), alegando que as acusações do Itaú são infundadas e que os pareceres de Eliseu Martins já eram contratados pelo banco antes de sua chegada à instituição.
Em outras ocasiões, ele classificou as acusações como “sem sentido” e afirmou ter “sempre se conduzido de forma ética e transparente em todas as atividades ao longo dos seus 12 anos no banco”.
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