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Escritórios contábeis buscam clientes em outros países

Entidades de classe formalizam parcerias no exterior

Entidades de classe formalizam parcerias no exterior e podem contribuir para processo de internacionalização das organizações brasileiras

Conquistar novos mercados é o desafio de muitas empresas e a situação não é diferente na área contábil. A internacionalização dos serviços está na mira dos profissionais, que enxergam na estratégia oportunidades de expansão dos negócios e do tíquete médio da operação .

Para contribuir com o processo de busca de clientes em novos mercados, o Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas no Estado de São Paulo (Sescon-SP) criou o projeto Desk Itália. “O objetivo é fomentar a internacionalização dos escritórios de contabilidade e, para isso, decidimos investir em uma parceria com a Itália. Os investidores italianos que quiserem investir no Brasil terão o apoio técnico de profissionais previamente selecionados pelo projeto”, detalha o presidente do Sescon-SP, Márcio Massao Shimomoto.

O dirigente explica que o início do projeto ocorreu há cerca de dois anos, quando a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) procurou o Sescon-SP para que este oferecesse respaldo técnico a investidores estrangeiros. O objetivo era garantir informações seguras sobre o arcabouço tributário e regulatório brasileiro. Outro propósito era que os profissionais contábeis contribuíssem efetivamente para a tomada de decisão de investimentos.

De lá para cá o projeto foi estruturado e, no ano passado, começou a ser colocado em prática, com a inscrição e seleção das empresas que terão seus serviços apresentados a investidores estrangeiros. “Já temos 20 empresas cadastradas, e a expectativa é chegar a um número entre 200 e 300 escritórios especializados para atender investidores internacionais”, explica Shimomoto.

Em julho deste ano, contadores italianos virão ao Brasil em uma missão técnica para assinar o primeiro termo de cooperação entre as entidades. “Estamos iniciando o projeto-piloto com a Itália, mas a proposta é bem mais ampla. Quando o mecanismo estiver ‘azeitado’ vamos ampliar para outros países, começando pela América Latina”, conta o presidente do Sescon-SP.

Requisitos

Para participar desse projeto em andamento, a empresa de contabilidade precisa se cadastrar no site do Sescon-SP. Há alguns pré-requisitos para a empresa se inscrever. Dentre eles, o escritório precisa contar com pelo menos um cliente sediado no exterior ou ainda deve prestar serviços para companhias que apuram o Imposto de Renda e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) com base no lucro real. Por último, é necessário contar com um profissional que apresente domínio de outro idioma, preferencialmente o inglês.

Segundo Shimomoto, é importante destacar que o Sescon-SP não fará a indicação de profissionais a potenciais investidores. A entidade irá tornar disponível uma lista de empresas contábeis habilitadas para a prestação de serviços e caberá ao empresário estrangeiro escolher o escritório que melhor atenda à demanda.

Ampliação

“O projeto que teve início em São Paulo começa a ganhar espaço também em outros estados brasileiros. O objetivo é implementar a proposta nacio-nalmente. Já temos interesse de Minas Gerais em fazer algo semelhante a São Paulo e estamos avaliando a possibilidade de oferecer o serviço em outros estados”, revela Sérgio Machado Approbato Júnior, diretor da Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas (Fenacon), que à época em que o Sescon-SP foi procurado pela Fiesp era o presidente do sindicato. “A Fiesp nos procurou porque havia um constrangimento em relação à prestação de informações tributárias aos potenciais investidores estrangeiros. Eles davam o suporte na área industrial e precisavam de parceria para prestar as informações técnicas e contábeis”, lembra Approbato.

Padronização

A possibilidade de atuar com empresas estrangeiras é uma alternativa para driblar a crise financeira que afeta os negócios brasileiros, mas essa nova oportunidade de negócios requer cuidados dos profissionais da contabilidade.”Olhando do ponto de vista da globalização, o processo de internacionalização das empresas contábeis é de grande importância, mas não podemos esquecer que há barreiras legais para atuar fora do país e para estrangeiros atuarem no mercado brasileiro, como, por exemplo, ter o registro da categoria”, alerta o vice-presidente técnico do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Zulmir Breda.

Ele conta que a entidade recebeu demanda da China para fazer a harmonização das normas contábeis entre os países dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), porque estes países ainda não estão no mesmo estágio de padronização das normas contábeis internacionais.

“Facilitar a harmonização das normas contábeis internacionais não é só uma agenda dos conselhos. O processo também está na agenda de governos, porque ele facilita todos os mecanismos de gestão de empresas”, comenta Breda.

Via DCI – SP

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