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Política

Filme clássico dos anos 90 pode revelar o futuro das tarifas de Trump

O chamado tarifaço do presidente norte-americano, Donald Trump, tem ganhado cada dia mais repercussão e algumas comparações inusitadas.

Autor: Rodrigo Campos

Publicado em

Você sabia que uma cena de um clássico dos anos 80 pode ter muito a nos ensinar sobre as tarifas de Trump e os possíveis impactos econômicos? Parece estranho, mas, ao olhar para a aplicação do tarifaço de Donald Trump, alguns usuários das redes sociais associaram a situação ao filme Curtindo a Vida Adoidado (1986). Isso aconteceu quando uma cena da obra, que explica a Lei Smoot–Hawley de 1930, começou a circular nas discussões sobre as atuais políticas tarifárias do presidente dos EUA.

O que é a Lei Smoot–Hawley ligada à Trump?

No filme, a cena mostra um professor entediado explicando a Lei Smoot–Hawley para uma turma de estudantes desinteressados. Ele descreve como, em 1930, a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, controlada pelos republicanos, aumentou drasticamente as tarifas sobre produtos estrangeiros em um esforço para combater a crise econômica. O resultado, como o professor aponta, foi desastroso, pois a medida aprofundou ainda mais a Grande Depressão.

A Lei Smoot–Hawley tinha como objetivo proteger as indústrias americanas, como a agricultura, ao aumentar as tarifas de importação, mas o efeito foi o oposto. Ao invés de melhorar a economia, a medida causou uma queda acentuada no comércio internacional e piorou a situação econômica dos Estados Unidos. No final, muitos países impuseram tarifas recíprocas, o que gerou uma guerra comercial e aprofundou a crise global.

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A Relação com o Tarifaço de Trump

Agora, com a decisão de Trump de aumentar as tarifas sobre produtos importados, muitos começam a se perguntar se ele está repetindo a mesma estratégia que falhou em 1930. Recentemente, o presidente dos EUA anunciou que os Estados Unidos irão cobrar 10% de tarifas sobre as importações do Brasil, e outros países terão tarifas ainda mais altas. Ele afirma que essas tarifas ajudarão a “libertar” os EUA de produtos estrangeiros, impulsionando sua indústria local e criando mais empregos.

No entanto, enquanto Trump acredita que as tarifas podem ajudar a fortalecer a economia dos EUA, muitos especialistas têm uma visão diferente. Eles argumentam que, assim como a Lei Smoot–Hawley, o tarifaço de Trump pode não trazer os benefícios prometidos. Embora o objetivo seja criar um mercado mais competitivo para produtos americanos, os consumidores provavelmente enfrentarão preços mais altos, o comércio internacional será prejudicado, e as relações políticas e econômicas com outros países podem se deteriorar.

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O Passado Que Ameaça se Repetir

Na década de 1930, as tarifas mais altas não impediram a crise. Pelo contrário, elas a agravaram. A guerra comercial resultante da imposição das tarifas fez com que o comércio global desabasse, com uma queda de 66% entre 1929 e 1934. Economistas, como o Departamento de Estado dos EUA, afirmam que a Lei Smoot–Hawley, ao invés de promover a cooperação internacional, gerou tensões econômicas e políticas, afetando ainda mais as economias globais já fragilizadas.

Muitos críticos da política de Trump, como os editores da revista The Economist, argumentam que a história de 1929 se repete com as atuais tarifas. O presidente dos EUA defende que a crise de 1929 foi resultado do fim abrupto das tarifas sobre produtos estrangeiros nos anos 1920. Mas especialistas refutam essa afirmação, dizendo que as tarifas altas da época só prejudicaram as economias.

O Futuro das Tarifas

Os efeitos do tarifaço de Trump ainda estão por vir, mas os sinais de alerta estão lá. O que parece claro é que, assim como o filme Curtindo a Vida Adoidado usou uma cena aparentemente simples para explicar os danos da tarifa de 1930, a história pode se repetir de forma amarga. A atual guerra comercial pode resultar em mais danos à economia global, com a imposição de tarifas recíprocas, aumento dos preços para os consumidores e possível retração do comércio.

À medida que as negociações comerciais e as disputas tarifárias continuam, a comunidade internacional observa atentamente. Mas será que o tarifaço de Trump realmente trará os benefícios esperados? Ou, como na história da Lei Smoot–Hawley, será mais um erro estratégico com consequências econômicas negativas?

O legado da Lei Smoot–Hawley continua a ser um alerta contra o protecionismo. Ao aumentar as tarifas, Trump pode estar não apenas repetindo erros do passado, mas também arriscando colocar a economia global em uma trajetória de desaceleração.

Assim como o filme Curtindo a Vida Adoidado mostrou, a história econômica muitas vezes é mais complexa do que parece à primeira vista, e as consequências de medidas como essas podem afetar todos nós. O tempo dirá se a estratégia de Trump será bem-sucedida ou se o “tarifaço” se tornará um novo capítulo de um erro histórico.

Jornalista, especializado em Semiótica, há mais de 12 anos. Atuou como repórter e editor em diversos veículos de comunicação de grande nome no interior de SP e na internet.

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