Economia

Inflação desacelera em maio, mas não reduz alerta sobre pressões subjacentes na economia

IPCA de maio deve desacelerar a 0,30% amparado pela queda dos preços das passagens aéreas

Arrefecimento da inflação no grupo de alimentos também deve contribuir. Ainda assim, indicadores qualitativos, como os núcleos de inflação e o índice de difusão, permanecem sinalizando pressões subjacentes, em linha com a resiliência da atividade econômica. O foco da análise recairá, portanto, sobre a composição da inflação, de maneira similar ao ocorrido com o IGP-DI no mesmo período. Apesar da deflação expressiva do índice agregado (-0,85%), os custos com mão de obra, captados pelo INCC-DI, mostraram forte aceleração, mantendo aceso o debate sobre o fechamento do hiato do produto. Esse pano de fundo qualitativo pode ganhar relevância na avaliação do Copom, contribuindo para calibrar o próximo passo da política monetária.

Comércio varejista e serviços devem registrar recuo na margem em abril

Ainda assim, ritmo econômico deve permanecer forte. A trajetória robusta desses setores nos meses anteriores pode abrir espaço para uma correção técnica, especialmente após o varejo ter alcançado patamar recorde em março. Projetamos retração moderada nos serviços, interrompendo dois meses seguidos de alta, e uma ligeira queda no varejo restrito. Contudo, a combinação entre o bom desempenho da produção industrial e o impulso contínuo do agronegócio deve sustentar o dinamismo da economia brasileira na transição para o segundo trimestre. O debate em torno do ritmo de crescimento econômico se desloca agora para o mês de maio, cujo conjunto de indicadores antecedentes aponta para uma moderação mais disseminada entre os diferentes setores da atividade.

Mesmo com contínuos riscos inflacionários, dados sinalizam inflação mais moderada nos EUA

A principal fonte de preocupação do Federal Reserve segue sendo os efeitos da guerra comercial sobre os preços, mas a perda de fôlego no mercado de trabalho — com moderação relativa da geração de postos de trabalho e aumento no volume semanal de novos pedidos de seguro-desemprego — tem contribuído para ancorar as expectativas de inflação. Modelagens do próprio Fed apontam para variações meramente marginais nos preços ao consumidor nos próximos meses, com alta de 0,1% em maio e de 0,2% em junho. Ainda assim, o ritmo de crescimento da atividade permanece suficientemente robusto para afastar, ao menos por ora, a possibilidade de início do ciclo de cortes de juros nos EUA antes de setembro.

Inflação na China deve seguir baixa em maio

IPC do mês deve fechar perto de -0,1%, enquanto a previsão é de que o IPP mantenha a trajetória deflacionária. A relativa desaceleração da demanda interna, refletida na queda anual das importações, tem limitado o consumo e reduzido as pressões inflacionárias. Mesmo com os estímulos do governo, a economia segue, aparentemente, em ritmo abaixo do desejado pelas autoridades locais, o que, por sua vez, pode comprometer a meta de crescimento de 5% para 2025. Diante disso, novas medidas de apoio — fiscais e monetárias — podem ganhar força no segundo semestre.

Balança comercial da China de maio deve revelar desaceleração nas exportações

Resultado seria reflexo do fim dos efeitos de antecipação de compras por parte dos EUA. As importações americanas, que chegaram a US$419 bilhões em março, recuaram fortemente para US$351 bilhões em abril, o que sugere menor demanda por produtos estrangeiros, inclusive produtos chineses, um dos pilares da balança comercial americana. Por outro lado, as importações chinesas devem permanecer fracas, refletindo a persistente fraqueza da demanda doméstica.

André Galhardo, consultor econômico da plataforma de transferência internacional, conta e cartão global Remessa Online
Carlos Eduardo

Faço parte da equipe de redação e publisher do Jornal Contábil, ajudando na produção e publicação de matérias e notícias para manter os leitores bem informados sobre concursos, legislação e temas do dia a dia.

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