IOF: como o aumento deste imposto afeta a sua vida

No mês passado, o Presidente Jair Bolsonaro decretou o aumento da alíquota do IOF nas operações de crédito efetuadas por pessoas físicas e jurídicas. Para as pessoas jurídicas passou de 1,5% para 2,04% ao ano. Para pessoas físicas, de 3% para 4,08% ao ano.

A justificativa para essa elevação foi permitir uma arrecadação extra de R$ 2,14 bilhões para poder bancar o Auxílio Brasil, programa proposto pelo governo para substituir o atual Bolsa Família. A alta do IOF valerá para operações de crédito de pessoas físicas e de empresas. A mudança já está vigorando e permanecerá até o dia 31 de dezembro.

Mas o que é o IOF e como esse aumento vai impactar no seu orçamento? Acompanhe.

O que é o IOF?

IOF é a sigla para Imposto sobre Operações Financeiras. Como o próprio nome diz, é um imposto cobrado sobre a maior parte das operações financeiras e serve para gerar receita para a União.

Originalmente, foi criado para regular a economia. Por meio dele, o governo consegue analisar a demanda de crédito da economia do país, em uma espécie de termômetro sobre a oferta e a demanda.

Ele é cobrado de pessoas físicas e jurídicas (empresas) em alguns tipos de operações de crédito, como empréstimos, câmbio, seguro ou operações relacionadas a títulos ou valores mobiliários. O valor da alíquota varia de acordo com a operação. É importante destacar que em opções de parcelamento sem juros o imposto não é cobrado.

Como o aumento afetará o consumidor?

O aumento do imposto vai encarecer o custo do crédito para empresas e famílias e pode ter impactos também na inflação e na atividade econômica. Entre as operações de crédito que passarão a cobrar mais impostos estão o cheque especial, o cartão de crédito, o crédito pessoal e os empréstimos para empresas.

Com isso, o crédito ficará mais caro porque a elevação do IOF irá encarecer o custo de empréstimos e financiamentos. Isso porque, além das taxas de juros cobradas pelos bancos, o imposto cobrado pelo governo sobre as operações vai subir.

No crédito pessoal, por exemplo, além dos juros cobrados pelos bancos, o consumidor paga atualmente R$ 33,73 de IOF num empréstimo de R$ 1.000, com prazo de pagamento de 12 meses. Com a nova alíquota, passará a pagar R$ 44,61 – R$ 10,88 ou 32,25% a mais de imposto.

Para a pessoa jurídica, o IOF num empréstimo de R$ 10 mil para capital de giro para pagamento em 12 meses subirá de R$ 187 para R$ 242, uma alta de 28,98%, de acordo com a simulação. O IOF impactará não só novas contratações de crédito como também refinanciamentos.

A taxa básica de juros já sofreu 4 elevações e está atualmente em 5,25% ao ano. Para os próximos meses são esperadas novas altas e  há uma expectativa de que a taxa seja de 8% até o final do ano.

Com o aumento, as famílias endividadas por operações de crédito ficarão em um situação ainda mais complicada, já que a nova alíquota impacta diretamente esse tipo de transação. Os produtos atingidos ficam mais caros, o consumidor precisa cuidar para não utilizar em demasia o cheque especial, por exemplo, para assim, não ter a surpresa de se tornar devedor.

Para reduzir os impactos dessa cobrança na vida das pessoas, a saída é a educação financeira. Evitar as compras a crédito e entrar no cheque especial, principalmente. Uma vez que IOF incide justamente nestes tipos de transações.

Ana Luzia Rodrigues

Formada em jornalismo há mais de 30 anos, já passou por diversas redações dos jornais do interior onde ocupou cargos como repórter e editora-chefe. Também já foi assessora de imprensa da Câmara Municipal de Teresópolis. Atuante no Jornal Contábil desde 2021.

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