MEI: Como conseguir crédito?

Uma pessoa que obtém seus recursos por meio de trabalho por conta própria, prestando serviços como comerciantes, jardineiros, artesãos, entre outros, que não seja titular nem sócio em outras empresas e que tenha um registro de microempresário, é um MEI – Microempreendedor Individual.

E o que é um empreendedor?

É alguém criativo, que tem uma boa imaginação, a ponto de desenvolver e direcionar suas ideias para negócios inovadores, de maneira responsável e independente. Logo, um microempreendedor, é esse mesmo alguém, porém em uma escala menor no que se refere a faturamento e tamanho do empreendimento. Com embasamento na lei, o limite de faturamento por ano de um microempreendedor individual, deve ser de R$ 81.000,00 por ano.

Entretanto, existem muitos microempreendedores individuais que ainda não conseguiram chegar nesse limite e, tanto podem, como querem ampliar o seu negócio. Para isso, é recomendável a aquisição de um crédito em alguma instituição bancária, ao invés da utilização de seus próprios recursos, tendo em vista que, como MEI é possível gozar de certas facilidades, o que inclui a obtenção de crédito com menos burocracia.

Como Obter Créditos

Existem algumas maneiras de um MEI conseguir crédito, como por exemplo, optar pelo crédito oferecido para o MEI, microcrédito, cartão de crédito, investimentos, etc.

Para obter crédito em forma de empréstimo, ser um MEI não garante a aprovação do valor requerido. Como qualquer instituição financeira, o banco credor precisará verificar se existe a vantagem em conceder o crédito, isto é, se o negócio do MEI tem condições financeiras suficientes para repor o valor emprestado, acrescido de juros (que nessa modalidade, para MEI são reduzidos). Essa análise mencionada também determina a quantia a ser liberada.

Assim, independente do banco escolhido para a negociação, poderá ser exigido comprovação da rentabilidade do microempreendimento, bem como argumentos que mostrem para qual finalidade dentro da empresa, o mesmo será utilizado (já que o valor não deve ser gasto para fins pessoais). 

Uma maneira mais rápida de conseguir a aprovação para o crédito, é fazer o empréstimo com o mesmo banco no qual o MEI criou a conta corrente para movimentar o dinheiro da sua empresa, pois assim, o banco terá uma visão melhor do porte do negócio.

A segunda maneira a ser considerada para obtenção de crédito é o microcrédito. Em suma, trata-se de um crédito de valor menor, com menos burocracia, taxa de juros reduzida, ágil aquisição, sem a necessidade do MEI ter garantias reais, pois ele pode optar pelo aval solidário (união de três ou mais microempreendedores, na qual cada um se responsabiliza pela dívida do outro quando esse não consegue pagá-la em algum momento), o que facilita a concessão do crédito.

Além disso, essa modalidade possui uma concessão assistida, ou seja, agentes especializados de crédito visitam o local utilizado pelo MEI para exercer sua função, a fim de analisar as condições nas quais ele trabalha, suas possíveis necessidades e, também, suas condições para cumprir com o pagamento.

cartão de crédito como meio para ampliar os negócios é uma boa escolha quando a necessidade da empresa inclui aquisição de equipamentos ou financiamento de veículos. O BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento) é o responsável por tornar esse cartão possível para pequenas e médias empresas e, com ele, as compras podem ser parceladas em até 48 vezes fixas, o que o torna semelhante ao crédito de empréstimo.

Embora a quantidade de produtos que podem ser comprados com o cartão seja limitada, ela consegue abranger, por exemplo, desde móveis comerciais e veículos, a cursos de qualificação profissional. O próprio site do BNDES disponibiliza o contato dos fornecedores dos produtos permitidos, e sempre inclui na lista deles mais produtos que podem ser comprados.

Uma outra maneira para conseguir algum crédito para ampliação da microempresa, embora seja em longo prazo, é por investimento, ou seja, investir parte do valor lucrado, na instituição bancária responsável por movimentar o capital da empresa (para facilitar a concessão de uma boa taxa de juros sobre o valor investido). A rentabilidade do investimento seria o valor usado pelo MEI, sem precisar mexer no valor original concedido por ele.

Documentos Necessários

Como toda transação, é necessário a posse de certas documentações para que então o crédito se dê com sucesso. Em geral, os bancos exigem o mesmo tipo de documentação para disponibilizar crédito, mudando apenas uma ou outra de acordo com o perfil de quem está solicitando (empresário, microempresário, pessoa física, etc.).

Os documentos costumam ser:

  • CCMEI (Certificado de Condição do Microempreendedor Individual);
  • Certidão Simplificada da Junta Comercial;
  • RG;
  • CPF;
  • Comprovante de Endereço Residencial do MEI;
  • CNPJ.

Já no caso do cartão de crédito BNDES, são necessários:

  • CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas);
  • Balanço Patrimonial;
  • CND (Certidão Negativa de Débito);
  • Atas de eleição dos administradores;
  • Certidão de regularidade do FGTS;
  • Contrato Social da Empresa.

Uma Palavra de Cautela

É importante acrescentar alguns adendos a todas essas informações: o empréstimo possui juros, por menores que sejam, e deve ser pago; sua obtenção precisa valer a pena, ou seja, tem de gerar um retorno significativo para quem ampliou o negócio. Para tanto, antes da solicitação, é necessário calcular qual será o aumento da rentabilidade se a ampliação da microempresa for aplicada, e se esta justifica e compensa um empréstimo.

Ainda, é importante pensar que, se qualquer quantia do empréstimo for utilizada para fins pessoais, não haverá retorno financeiro, o que por consequência resulta em perda de capital. É fundamental manter um controle dos valores que são retirados do lucro do negócio para a renda familiar, para que, dessa forma, não se pegue mais do que se pode utilizar, o que também poderia causar uma perda de recursos.

Tais cautelas explicam as atitudes das instituições financeiras em analisar as garantias que o MEI fornece para então conceder o crédito, pois, se o microempreendedor solicitar uma quantia maior do que precisa, pode não ter o retorno esperado e, além de prejudicar a si mesmo – por ficar com dinheiro parado, por exemplo – pode manchar sua reputação com o credor.

Portanto, com um bom planejamento, qualquer MEI poderá ter a chance de ampliar seu negócio, o que aumentará sua lucratividade e, para isso, nada mais prático do que fazer um crédito à parte, sem desperdiçar recursos!

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Conteúdo via comunidade Sebrae


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