Designed by fizkes / shutterstock
O filósofo e sociólogo Walter Benjamin, em suas teses “Sobre o Conceito de História”, nos faz refletir sobre a oposição entre o tempo do capitalismo (ou tempo do relógio) e o tempo tradicional (o tempo do calendário) que nos auxilia na compreensão da importância do passado das organizações corporativas para consolidar sua identidade no novo cenário mercadológico, globalizado e acirradamente competitivo. No movimento atual, no qual algumas empresas passaram a olhar para o consumidor como um sujeito que conecta sua cultura e estilo de vida aos produtos que consome e, consequentemente, à empresa que os produz, a memória institucional se torna ferramenta imprescindível para o mundo dos negócios.
Para Benjamin, o tempo do capitalismo é contínuo e vazio. Já o tempo tradicional, por sua vez, é pontuado por acontecimentos que capturam recordações e nos fazem retornar à existência. Nas relações capitalistas das organizações com seus clientes comumente surgem pontos de saturação, em virtude das empresas estarem marchando em direção a um futuro, fundado no total abandono e esquecimento do passado. Uma progressão infinita e linear.
Por essa razão, as empresas precisam utilizar a comunicação de forma estratégica, construindo relacionamentos entre o homem consumidor e o homem social, posto que a identidade é o que fixa o sujeito na estrutura. E para que a organização construa um relacionamento efetivo com seus stakeholders, é essencial investir em práticas que gerem o sentimento de pertencimento, fazendo com que se reconheçam como um elemento da sua trajetória, mesmo que o objetivo primordial de uma empresa seja gerar bens ou serviços.
Como definir o que é importante no passado de uma organização? Como decidir quais memórias preservar? Ao estabelecer claramente seus objetivos e lugar social no presente, a organização terá os parâmetros necessários para olhar o passado e resgatar desse tempo os fatos e elementos identificatórios mais tradicionais e estratégicos. Daí a importância do conhecimento histórico, da preservação e da análise dos documentos institucionais, enquanto vestígios de um passado coletivo que interessam não apenas à organização, mas também à sociedade em geral.
Um dos exemplos de preservação da memória institucional é o Centro de Memória Bunge, um dos mais ricos acervos de memória empresarial do Brasil. O local, que conta a história dos mais de 100 anos da Bunge no Brasil, possui mais de 1,5 milhão de itens divididos entre documentos textuais, iconográficos, tridimensionais e audiovisuais que também recontam a história da industrialização do país desde o início do século 19, bem como a história da propaganda e do agronegócio brasileiro. O local promove atividades de atendimento a pesquisa, exposições temáticas, visitas técnicas e benchmarking, além de ser uma ferramenta importante para os negócios da Bunge no país.
*Viviane Lima de Morais (viviane.morais@bunge.com) é historiadora do Centro de Memória Bunge, formada pela Universidade Federal do Ceará, com doutorado em História Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP).
O Ministério da Previdência Social lançou, nesta quarta-feira (15), o Programa de Regularidade Previdenciária dos…
Os beneficiários do Bolsa Família já podem se programar para os pagamentos de outubro de…
Evento gratuito acontece neste sábado (18) das 14h às 18h em formato híbrido
A economia brasileira apresentou leve avanço em agosto deste ano, mantendo um crescimento observado desde…
O Comitê Gestor do Simples Nacional (CGSN) publicou, por meio da Resolução CGSN nº 183/2025,…
O levantamento também revela os 10 produtos que mais despertam o interesse de compra dos…