Micro e pequenas empresas enfrentam maiores dificuldades no setor de alimentação fora do lar
As micro e pequenas empresas do setor de alimentação fora do lar — especialmente os MEIs (que faturam até R$ 81 mil por ano) e as microempresas (com faturamento entre R$ 81 mil e R$ 360 mil) — enfrentam um cenário difícil em 2025. Segundo a Pesquisa Nacional de Conjuntura Econômica da Abrasel, que ouviu 2.565 empresários do setor em julho, esses negócios são os que mais sofrem com inadimplência, dificuldade de repassar a inflação e baixa lucratividade.
Entre as microempresas, 44% estão com pagamentos em atraso, o maior índice entre todas as faixas de faturamento. A média nacional é de 37%. Além disso, 42% não conseguiram reajustar os preços do cardápio para acompanhar a inflação entre julho de 2024 e junho de 2025, contra 37% na média do país. Apenas 32,5% dessas empresas registraram lucro em junho de 2025 (contra 40% na média nacional), enquanto 45% operaram em equilíbrio e 22% tiveram prejuízo.
A situação dos MEIs também é preocupante: 42,6% não conseguiram reajustar os preços e 36,5% estão inadimplentes. Apenas 25,4% tiveram lucro no mês de referência. Em contraste, entre as empresas com faturamento acima de R$ 4,8 milhões, 61% registraram lucro, apenas 15% tiveram prejuízo e 76,0% estão com os pagamentos em dia.
Para o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, os dados mostram a urgência de políticas públicas voltadas aos pequenos negócios: “As microempresas e MEIs são a base do setor, respondendo por quase 90% dos estabelecimentos. No entanto, são também as mais vulneráveis, com menos margem para reajustar preços e maior exposição ao endividamento. Com os juros altos que temos no Brasil, fica ainda mais difícil para os pequenos conseguir capital de giro e tocar o negócio”, afirma.
A pesquisa também revela diferenças importantes entre os tipos de estabelecimentos. Os restaurantes lideram em desempenho financeiro: 41% registraram lucro em junho de 2025, contra 36% dos bares e 37% das lanchonetes. O índice de prejuízo foi menor entre lanchonetes (22%) e restaurantes (22%), e mais alto entre os bares (27%).
No quesito inadimplência, os bares também lideram negativamente: 43% estão com pagamentos em atraso, seguidos por lanchonetes (39%) e restaurantes (35%).
A dificuldade de repassar a inflação ligeiramente maior entre as lanchonetes, com 39% afirmando que não estão conseguindo repassar o aumento para os cardápios. Entre bares e restaurantes o índice fica em 37%.
“Quase 95% dos bares e botecos no Brasil faturam até R$ 360 mil no ano, isso explica parte da dificuldade maior neste segmento. Mas não é só. Os bares tiveram um impacto maior da pandemia e, portanto, demoram mais para se recuperar, o que mostra o altíssimo nível de endividamento neste segmento. É fundamental que políticas de apoio considerem essas diferenças”, destaca Paulo Solmucci.
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