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Mito ou verdade: Não preciso pagar dívidas após cinco anos?

Autor: Ana Luzia Rodrigues

Publicado em

Nos tempos atuais é raro achar um amigo, conhecido ou familiar que não esteja com o nome sujo. Muitas vezes, isso ocorre por uma fatalidade e não por má fé. A perda do emprego e o custo de vida podem ser motivos para não honrar com os compromissos. 

Contudo, um dos grandes mitos é considerar que passados cinco anos, a dívida é perdoada e o cidadão pode voltar a ter “crédito na praça”. A verdade é que a dívida não deixa de existir. O que ocorre é que as instituições de crédito são obrigadas a retirar  o nome do devedor das suas listas. 

Serasa, SPC Brasil e bancos são os órgãos que dispõem das listas dos consumidores que assumiram alguma dívida e não conseguiram quitá-la por algum motivo. 

Passados os cinco anos, o nome do inadimplente sai da lista dos negativados e não entra mais no cálculo do score de crédito. Contudo, a instituição a qual ficou devendo poderá acionar judicialmente em um prazo determinado, de acordo com o Código Civil.

Esta cobrança também pode ser feita de forma amigável através de cartas ou ligações, mas sem expor ao constrangimento o devedor.

Leia também: Quantos Anos Leva Para Uma Dívida Caducar?

Quais os prazos para as cobranças judiciais?

Se você é um dos brasileiros que fica esperando passar os cinco anos pensando que desta forma estará livre do pagamento, fique atento para os prazos a seguir. Dentro deste período, você poderá receber uma ação na Justiça. Vejamos:

1 ano – para despesas com hospedagem e dívidas de seguros;

3 anos – para aluguel de imóvel e empréstimos;

5 anos – para cartão de crédito, cheque especial, boletos bancários, impostos e convênios médicos;

10 anos – para telefone, água e energia elétrica.

Mas muita atenção: esses prazos só valem se você não teve cobrança judicial por essa dívida. Se um processo está em aberto, esse prazo deixa de existir.

Qual é a diferença entre prescrever e caducar? 

Uma dívida só não pode mais receber cobrança quando ela prescreve, isto é, quando uma empresa deixa de cobrá-la por muito tempo. Assim, caducar e prescrever não podem ter uso como sinônimos. O prazo para prescrição de uma dívida varia de acordo com a natureza do débito.

Portanto, não pagar por cinco anos não vai livrar o consumidor do problema. 

Quais as consequências de ter o nome sujo?

Existem consequências quando o nome fica negativado. O consumidor fica impossibilitado de:

  • abrir conta em banco;
  • adquirir cartões de crédito;
  • solicitar empréstimos (alguns bancos oferecem crédito para negativados, mas cobram taxas de juros muito altas, o que pode acabar gerando um endividamento ainda maior);
  • adquirir linhas telefônicas (móvel ou fixa);
  • fazer compras no crediário;
  • financiar bens (móveis ou imóveis);
  • entrar em consórcios;
  • assinar contratos com prestadores de serviço;
  • obter visto de entrada em alguns países.

Leia também: Está Negativado? Veja Como Sair Das Dívidas E Limpar Seu Nome

Como saber se estou negativado?

Qualquer dívida vencida que não tenha sido paga pode levar a pessoa a ter o nome negativado. Isso pode ocorrer na hora de uma compra, ao solicitar empréstimo a instituições financeiras ou até mesmo ao tentar fazer um crediário. Estas seriam formas, digamos, constrangedoras de descobrir isso.

Mas a forma oficial seria uma consulta aos sites através do número do CPF.  Site do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) e a página do Serasa seriam os dois órgãos principais que possuem um banco de dados dos devedores da rede bancária.

Pagando o que se deve, o nome volta a ficar limpo, e o consumidor volta a ter uma vida financeira saudável. Voltando a ter créditos bancários, como também sendo possível abrir conta corrente.

Formada em jornalismo há mais de 30 anos, já passou por diversas redações dos jornais do interior onde ocupou cargos como repórter e editora-chefe. Também já foi assessora de imprensa da Câmara Municipal de Teresópolis. Atuante no Jornal Contábil desde 2021.

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