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Nova regra fiscal: proposta limita despesas a 70% e zera déficit em 2024

Autor: Ana Luzia Rodrigues

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Os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet, divulgaram na manhã desta quinta-feira (30) a proposta para o chamado “arcabouço fiscal”. A nova regra para as contas públicas vai substituir o teto de gastos.

A mudança é importante porque pode liberar mais dinheiro para projetos sociais, saúde e educação. Arcabouço significa um conjunto de coisas. Fiscal neste caso se refere a receitas e despesas do governo. Âncora é usado no sentido de “segurar” as despesas. A proposta visa substituir o teto de gastos, regra em vigor que limita o crescimento das despesas à inflação do ano anterior.

Todavia, para ter validade, o texto, que será encaminhado por meio de projeto de lei, ainda terá de passar pela análise do Congresso Nacional

Em entrevista coletiva, ao lado da equipe econômica, Haddad disse que a proposta busca “sanar” o que o governo identificou como “ineficiências das regras anteriores”. 

Leia também: Novo Arcabouço Fiscal Considerará Superávit E Dívida, Diz Geraldo Alckmin

Principais propostas do arcabouço

1 – Despesa atrelada à receita

De acordo com o Ministério da Fazenda, a proposta para a nova âncora fiscal prevê limitar o crescimento dos gastos a 70% da variação da receita primária dos últimos 12 meses, com fechamento no mês de julho.

2 – Zerar déficit em 2024

A proposta prevê zerar o déficit da União em 2024 e o compromisso de gerar superávit primário (diferença entre receitas e despesas do governo, excluindo os gastos com o pagamento de juros da dívida pública) de 0,5% do PIB em 2025 e de 1% do PIB em 2026, com uma tolerância de 0,25 ponto percentual para cima ou para baixo. Para 2023, a proposta traz uma meta de déficit de 0,5% do PIB, com bandas de rombo de 0,25% e de 0,75% do PIB.

3 – Limite aumento de gastos

A proposta prevê ainda uma banda para o avanço real (acima da inflação) da despesa do governo entre 0,6% a 2,5% ao ano, com Fundeb e piso da enfermagem excluídos dos limites.

4 – Investimentos em obras

A proposta prevê que, quando o resultado primário ficar acima do teto da banda da meta, será permitido a utilização da receita excedente para investimentos públicos. O texto estabelece ainda que os investimentos públicos terão um piso.

Parte dos especialistas defendia que o novo arcabouço tivesse uma meta para a dívida pública, porém o entendimento da equipe econômica é que a dívida tem variáveis que não são controladas pelo governo.

Para 2024, a proposta prevê que o déficit seja zerado, com superávit no terceiro ano do mandato de Lula.

Próximo passo 

Para entrar em vigor, o novo conjunto de regras fiscais deverá ser analisado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado. Uma vez que o teto de gastos está em vigor justamente por ter sido aprovado pelo Congresso Nacional.

Formada em jornalismo há mais de 30 anos, já passou por diversas redações dos jornais do interior onde ocupou cargos como repórter e editora-chefe. Também já foi assessora de imprensa da Câmara Municipal de Teresópolis. Atuante no Jornal Contábil desde 2021.

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