O que é o open delivery e como pode melhorar o mercado de entregas?

Não há como negar que o mercado de delivery vem crescendo bastante nos últimos anos, principalmente, em 2020 com a pandemia da Covid-19. Muitas empresas se viram obrigadas a adotar esta modalidade de venda o que alavancou este tipo de negócio. Contudo, esse avanço não foi acompanhado por uma melhoria no ambiente de negócios.

Pensando neste cenário, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), vem realizando desde o ano passado discussões sobre como melhorar este modelo de negócio. Um dos destaques foi o lançamento da tecnologia Open Delivery, encomendada pela entidade para organizar e padronizar o fluxo de informações entre restaurantes, canais de vendas e sistema de gestão.

O que é open delivery?

O open delivery surgiu com o objetivo de resolver o desafio de organizar e padronizar o fluxo de informações entre restaurantes, canais de vendas (aplicativos e marketplaces) e sistemas de gestão. 

Desta forma, todas as informações de cardápio e pedidos seriam uniformizadas e as solicitações de clientes recebidas em um único lugar, permitindo uma melhor gestão de pedidos do restaurante e a viabilização de trabalhar com mais parceiros. 

O Open Delivery permitirá que as empresas que atuam com entrega de comida permita que outras empresas como, por exemplo, varejo, telefonia e meios de pagamento, se juntem a elas. O padrão também reduz a ineficiência no ambiente de delivery, como perdas de pedidos ou demora na entrega, permitindo redução de custos. 

Na teoria, será a padronização de tudo. Os debates ainda estão ocorrendo por iniciativa da Abrasel, mas se as empresas decidirem os protocolos de tecnologia, um mesmo sistema de código aberto será responsável pela gestão de todos os serviços de entrega. E com isso, bares e restaurantes teriam mais liberdade para entrar ou sair de qualquer plataforma.

Segundo a Abrasel, esta será uma solução que vai uniformizar as informações, poupar tempo e facilitar a conexão dos estabelecimentos a plataformas. Também trará mais competição, mais produtividade e eficiência para o delivery.

As empresas, contudo, ainda estão receosas com o projeto. O iFood aceitou o convite da Abrasel para participar do conselho de governança do open delivery, mas não definiu ainda se irá aderir à futura plataforma. O Rappi diz pensar a respeito, e o Uber, dona do Uber Eats, não respondeu.

Quais as vantagens do open delivery?

De acordo com a Abrasel, as vantagens são:

  • Facilidade de conexão: com um modelo aberto, a troca e transferência de dados dos restaurantes fluirá mais facilmente entre plataformas ;
  • Mais visibilidade para restaurantes: um pequeno estabelecimento que antes só constava em um ou dois serviços poderá estar em todos de forma simples, ampliando sua presença digital;
  • Melhor gestão de dados: eventuais alterações e atualizações poderão ocorrer em várias plataformas ao mesmo tempo, como novos itens no cardápio ou mudança de endereço;
  • Melhor logística: o novo modelo deve permitir uma conexão mais fácil dos restaurantes com todas as empresas terceirizadas de entregas de refeições;
  • Taxas menores: os preços cobrados pelas plataformas poderão cair com o aumento da concorrência:
  • Reduz chances de monopólios: O modelo open delivery será um aditivo para manter o livre mercado e evitar situações como esta, segundo a Abrasel.

Quais os impactos das mudanças para o consumidor?

Na prática, essa integração entre aplicativos de entregas e restaurantes vai permitir que o consumidor, ao procurar em buscadores um tipo de prato, encontre o mesmo item por preços diferentes. Mas o consumidor pode também fechar uma parceria com outra empresa que cobra menos taxas  de entrega e, assim, cobrar valor menor no mesmo prato.

Por outro lado, a responsabilidade de venda e entrega é da empresa que fizer o delivery ao cliente final, cobrando do restaurante a taxa acordada previamente entre eles. 

Além de facilitar a conexão e poupar tempo dos estabelecimentos, trará mais competição e, portanto, mais produtividade e eficiência para o delivery. O open delivery poderá se tornar uma solução mais democrática e inclusiva.

Ana Luzia Rodrigues

Formada em jornalismo há mais de 30 anos, já passou por diversas redações dos jornais do interior onde ocupou cargos como repórter e editora-chefe. Também já foi assessora de imprensa da Câmara Municipal de Teresópolis. Atuante no Jornal Contábil desde 2021.

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