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O que mudará na rotina contábil com a entrada do Drex?

Autor: Ana Luzia Rodrigues

Publicado em

O Banco Central planeja lançar o Real Digital, uma versão digital da moeda nacional, conhecida como DREX. Este desenvolvimento insere o Brasil na tendência global de criação das Moedas Digitais de Bancos Centrais (CBDCs). Ao contrário das criptomoedas, estas são centralizadas e regulamentadas, oferecendo mais segurança e confiabilidade às transações financeiras.

A expectativa é que o Real Digital comece a operar em 2025, destacando-se como uma inovação que busca modernizar e tornar o sistema financeiro mais acessível e eficiente para todos os brasileiros.

Como boa parte da população ainda não está preparada para viver no novo ambiente tecnológico, a tendência é que ocorra maior demanda por orientações de profissionais especializados da área de contabilidade. 

Estes já precisam começar a se capacitar para lidar com as dúvidas e as dificuldades que podem surgir. O Real Digital deve entrar em vigor ao longo de 2025. Por isso, as rotinas financeiras terão que se adequar a um novo processo de pagamentos e recebimentos. 

A previsão é que, no dia a dia da Contabilidade, ocorram alterações em operações de empréstimos, financiamentos, aplicações e operações comerciais, como transações com ativos fixos, mercadorias e negociação de dívidas com fornecedores. Além disso, é possível haver inúmeras consultas relativas a questões tributárias e previdenciárias. 

Pix e Drex

Atualmente, a expectativa em relação ao lançamento do Drex é grande para o mercado como um todo. 

A introdução do Real deve complementar o PIX, sistema já consolidado para pagamentos instantâneos. Enquanto o PIX funciona como uma ferramenta de transferência de dinheiro, o DREX assume o papel de uma moeda digital oficial. 

A moeda digital deve contribuir ainda mais para que as pessoas deixem de guardar cédulas na carteira e passem a transportar um token com um código gerado pela tecnologia DLT, a blockchain mais conhecida no momento. Todo o processo será gerido pelo banco no qual a pessoa física ou jurídica mantém uma conta corrente.

Controle do Fisco com o Drex

A centralização das transações financeiras sob o Banco Central representa uma questão de controle e liberdade financeira. Com o Drex, o governo terá o poder de monitorar, restringir ou bloquear transações em tempo real. O que pode gerar preocupações sobre privacidade e liberdades individuais.

Outra questão é que com o Drex, todas as transações serão rastreáveis, o que pode representar uma perda de privacidade financeira para os cidadãos. Isso é especialmente preocupante em um país onde a privacidade é uma garantia da Constituição.

Desafios do Real Digital

Com o lançamento do DREX, surgem também desafios, sobretudo em relação à segurança cibernética, que exige uma infraestrutura resistente a ataques. Além disso, há questões relativas à privacidade e à possibilidade de um controle excessivo por parte do Banco Central, o que pode afetar a liberdade financeira dos cidadãos.

Esses desafios devem-se encarar de maneira cuidadosa, garantindo que o Real sirva como uma vantagem em vez de uma limitação aos usuários.

A recomendação é que profissionais da contabilidade se mantenham sempre atualizados, participem de discussões relativas às possíveis mudanças e acompanhem a evolução do sistema, com o objetivo de, futuramente, fornecer as melhores orientações a seus clientes.

Formada em jornalismo há mais de 30 anos, já passou por diversas redações dos jornais do interior onde ocupou cargos como repórter e editora-chefe. Também já foi assessora de imprensa da Câmara Municipal de Teresópolis. Atuante no Jornal Contábil desde 2021.

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