Ozempic vs Mounjaro: Qual o Melhor Tratamento para Diabetes Tipo 2 no Brasil?

O mercado farmacêutico brasileiro apresenta opções eficazes para o tratamento do diabetes tipo 2, destacando-se entre elas o Ozempic e o Mounjaro. Ambos os medicamentos, apesar de suas semelhanças na indicação, apresentam princípios ativos distintos que influenciam suas funções e efeitos no organismo.

Ozempic

O Ozempic, desenvolvido pela farmacêutica Novo Nordisk, é um medicamento que se administra por meio de injeções semanais. Ele está disponível em três dosagens: 0,25 mg/mL, 0,50 mg/mL e 1 mg/mL. Seu componente ativo, a semaglutida, tem a função de mimetizar o hormônio GLP-1 (glucagon-like peptide-1), que é secretado pelo intestino em resposta à ingestão de alimentos. Este hormônio desempenha um papel crucial na regulação da glicose sanguínea ao estimular a produção de insulina. Além disso, ele atua sobre áreas do cérebro que ajudam a reduzir a fome e promovem uma sensação de saciedade.

Mounjaro

Por outro lado, o Mounjaro possui como princípio ativo a tirzepatida, que age tanto com o GLP-1 quanto com o GIP (glucose-dependent insulinotropic polypeptide), outro hormônio que participa do controle glicêmico. Essa ação combinada resulta em uma melhoria na liberação de insulina após as refeições. Estudos clínicos têm demonstrado que o Mounjaro é a medicação mais potente já aprovada para o controle glicêmico, conforme aponta Rodrigo Lamounier, endocrinologista e diretor da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso).

Ambos os fármacos também compartilham a característica de retardar o esvaziamento gástrico, proporcionando uma sensação de saciedade prolongada e inibindo sinais de fome transmitidos pelo cérebro. Esse efeito tem levado muitos pacientes a utilizá-los “off-label” para fins de emagrecimento, uma prática que se torna cada vez mais comum globalmente.

Anvisa

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomenda o uso do Ozempic e do Mounjaro estritamente para o tratamento do diabetes tipo 2, sendo indicado que seu uso ocorra em conjunto com dieta balanceada e exercícios físicos para otimização do controle glicêmico.

Em termos de custo, as canetas de Ozempic apresentam preços máximos que variam entre R$ 994,03 e R$ 1.308,32, dependendo da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) vigente em cada estado. Cada kit contém quatro doses suficientes para um mês de tratamento. O Mounjaro, por sua vez, tem preços máximos que variam entre R$ 970,07 e R$ 3.836,61, também influenciados pela alíquota do ICMS e pela dosagem escolhida.

Em resumo, embora ambos os medicamentos sejam utilizados no manejo do diabetes tipo 2 e tenham efeitos similares na saciedade e controle do apetite, suas composições químicas e mecanismos de ação diferem significativamente.

Ricardo de Freitas

Ricardo de Freitas não é apenas o CEO e Jornalista do Portal Jornal Contábil, mas também possui uma sólida trajetória como principal executivo e consultor de grandes empresas de software no Brasil. Sua experiência no setor de tecnologia, adquirida até 2013, o proporcionou uma visão estratégica sobre as necessidades e desafios das empresas. Ainda em 2010, demonstrou sua expertise em comunicação e negócios ao lançar com sucesso o livro "A Revolução de Marketing para Empresas de Contabilidade", uma obra que se tornou referência para o setor contábil em busca de novas abordagens de marketing e relacionamento com clientes. Sua liderança no Jornal Contábil, portanto, é enriquecida por uma compreensão multifacetada do mundo empresarial, unindo tecnologia, gestão e comunicação estratégica. Além disso é CEO da FiscalTalks Inteligência Artificial, onde desenvolve vários projetos de IA para diversas areas.

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