Paralisação por entregadores de aplicativos pode acontecer hoje

O Sindicato dos Motoboys de São Paulo (Sindimoto) e a União Geral dos Trabalhadores (UGT) convocaram para hoje uma nova paralisação de entregadores de aplicativos.

Esta é a segunda mobilização em menos de 15 dias já que no dia 1º de julho profissionais de todo o pais fizeram ato semelhante. 

Atualmente, quase quatro milhões de autônomos vivem com renda gerada por aplicativos de entrega ou de consumo colaborativo de acordo com dados de 2019 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A economia compartilhada já era tendência antes da pandemia de COVID-19 desacelerar e colocar em crise a economia global.

Mas, a pandemia acelerou o processo natural de transformação e vimos os negócios e serviços online passarem de item de comodidade e fonte de renda extra, para alternativa segura à saúde e base do sustento de milhares de famílias.

“Esses apps foram essenciais para a manutenção de muitas atividades durante a fase de isolamento social, viabilizando a subsistência de inúmeras empresas que deles se valeram para serviços de delivery e também na manutenção do orçamento familiar quando centenas de pessoas passaram a trabalhar para empresas de entregas”, explica o economista Luiz Alberto Machado.

Entregador de Aplicativo

Dentre as reivindicações dos entregadores de app estão a definição de uma tabela mínima de preços para a prestação de serviço e o aumento da porcentagem que é repassada aos motoboys pelas entregas.

Outro ponto levantado pelo sindicato é a questão de ausência de vínculo trabalhista.

Embora os apps estejam criando oportunidades para quem precisa trabalhar, o poder público precisa pensar nos impactos sobre o sistema de saúde e no INSS já que a maioria dessas pessoas não possui carteira assinada ou plano de saúde. 

“Ainda não está ainda muito clara a situação dos trabalhadores que prestam serviço para essas empresas no que se refere a fatores como vínculo empregatício e cobertura em caso de acidentes. Se isso não ocorrer, a possibilidade de uma enxurrada de questões judiciais será inevitável”, pondera Machado.

Por Luiz Alberto Machado, Graduado em Ciências Econômicas pela Universidade Mackenzie, com mestrado em Criatividade e Inovação pela Universidade Fernando Pessoa, em Portugal.

Wesley Carrijo

Recent Posts

Novas regras do BPC: governo detalha cálculo, deduções e conversão para auxílio-inclusão

Novas regras do BPC ampliam o cálculo da renda para incluir ganhos não formais e…

2 dias ago

Na prática: tudo o que você precisa saber sobre PIS e COFINS na tributação monofásica!

A tributação monofásica do PIS e da COFINS já está presente no dia a dia…

2 dias ago

Publicada nova versão do Manual da e-Financeira v2.5

Entenda as principais mudanças que ocorrem com essa nova versão

2 dias ago

Atenção! Dirbi e PGDAS com prazo de envio até segunda-feira (20)

O atraso ou a falta de entrega das obrigações acessórias podem gerar diversas consequências negativas…

3 dias ago

BNDES vai liberar R$ 12 bi para produtores rurais com perdas de safra

Linha de crédito de longo prazo é direcionada a agricultores atingidos por calamidades climáticas entre…

3 dias ago

4 bancos estão suspensos pelo INSS e não podem oferecer consignado

O empréstimo consignado é uma modalidade de crédito na qual o valor das parcelas é…

3 dias ago