Desde sua criação em 1994, o Real trouxe consigo a promessa de estabilidade econômica após décadas de hiperinflação e sucessivas mudanças monetárias no Brasil. No entanto, ao longo dos anos, a moeda brasileira vem perdendo valor de forma gradual e constante, corroendo o poder de compra da população. Este artigo traça um panorama histórico da desvalorização do Real, utilizando dados e números para ilustrar como o dinheiro dos brasileiros vale cada vez menos.
O Plano Real, implementado em julho de 1994, foi um marco na economia brasileira. A nova moeda substituiu o Cruzeiro Real e conseguiu domar a inflação, que chegou a atingir patamares superiores a 2.000% ao ano no início da década de 1990. No lançamento do Real, 1 USD valia aproximadamente 1 R$, um cenário de paridade que refletia a confiança inicial na nova moeda.
Na época, com R$ 1, era possível comprar um litro de leite, um pão francês e ainda sobrar troco. O poder de compra do brasileiro era significativo, e a estabilidade econômica trouxe um novo ânimo ao mercado consumidor. No entanto, essa relação não durou muito.
Desde sua criação, o Real vem perdendo valor frente ao dólar e, principalmente, frente aos preços de bens e serviços no mercado interno. A inflação acumulada, as crises econômicas e as políticas monetárias adotadas ao longo dos anos contribuíram para essa erosão do poder de compra, algumas delas são:
A perda do poder de compra do Real fica ainda mais evidente quando comparamos preços de produtos essenciais ao longo dos anos:
Esses números mostram que, para comprar os mesmos produtos de 31 anos atrás, o brasileiro precisa desembolsar muito mais do que antes.
Em 2025, o Real completa 31 anos com um legado misto. Por um lado, a moeda trouxe estabilidade após décadas de hiperinflação. Por outro, a falta de reformas estruturais, a instabilidade política e as crises econômicas repetidas corroeram seu valor ao longo do tempo.
Hoje, o brasileiro precisa trabalhar mais horas para comprar os mesmos produtos que adquiria há 31 anos. A cesta básica, o combustível, o aluguel e até o cafezinho de todo dia pesam mais no orçamento. Enquanto o país não enfrentar seus desafios estruturais, o Real continuará a perder valor, e o sonho de uma moeda forte e estável permanecerá distante.
Por Lucas de Sá Pereira, contador , e colunista do Jornal Contábil e criador do instagram @contadorlucaspereira
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