Primeiro fundo de investimento em maconha do Brasil recebe aplicações a partir de R$ 5

Nos últimos meses, o mercado nacional se agitou com a criação do primeiro fundo de investimento em maconha do Brasil. Aplicar em maconha? Como assim? Calma, a gente explica!

Em outubro, a gestora Vitreo criou o Canabidiol FIA IE, fundo que aplica 100% de seu patrimônio em ações e ETFs de empresas que produzem e comercializam a cannabis nos EUA e Canadá. A novidade foi tão grande que, segundo a empresa, em menos de 12 horas de existência, o fundo captou mais de R$ 3 milhões.

Contudo, a novidade deixou muitos desapontados, uma vez que esse fundo está aberto apenas para investidores qualificados, ou seja, aqueles que possuem um valor superior a R$ 1 milhão em aplicações financeiras – ou, ainda, que possuem certificações que o qualificam como tal (como CEA, CGA, CFP, entre outros).

Essa limitação não acontece por algum preconceito, mas, sim, porque a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) determina essa restrição em investimentos com 100% de seus ativos no exterior.

Assim, para atender quem tinha ficado de fora da roda, só sentindo a brisa, a Vitreo criou o Canabidiol Light: o primeiro fundo de Canabidiol do Brasil acessível a todos os tipos de investidores. Diferentemente daquele primeiro, esse fundo é composto por 80% de ativos de Renda Fixa e 20% de cotas do fundo Vitreo Canabidiol FIA IE – aquele restrito aos qualificados.

E aí, se interessou pelo ativo? Então continue lendo este artigo que a SpaceMoney vai te ajudar a entrar nessa onda!

Como investir nesse fundo?

A aplicação mínima no Vitreo Canabidiol Light é de R$ 5 mil. O fundo cobra 0,056% ao ano de Taxa de Administração, isto é, a cada mil reais investidos, R$0,56 serão retidos para remunerar seus administradores.

Outro custo envolvido na aplicação é a taxa de performance. Essa taxa visa estimular o gestor do fundo a buscar melhores desempenhos e, nesse caso, representa 20% do retorno que exceder o benchmark perseguido pelo fundo, que é o S&P500 Net Total Return (TRN), índice acionário de bolsas dos EUA.

Quais são os riscos?

Por ter 20% de sua carteira alocada em renda variável, o Vitreo Canabidiol Light FIC FIM é classificado como de risco médio. Assim, para aplicar nele, é recomendado que o seu perfil de investidor seja moderado ou arrojado.

Contudo, o mercado de maconha é ainda muito recente. O investidor que escolher apostar nessa novidade deve ter em mente que as ações estão sujeitas a grandes variações nos seus preços.

Como exemplo de susto, a farmacêutica canadense Tilray, que produz e comercializa a erva, abriu seu capital na bolsa de valores Nasdaq, nos EUA, em 2018. No início, suas ações foram precificadas em torno de US$ 29. Em alguns meses, bateram o valor de US$ 148,30. Contudo, no dia 19 de novembro, às 17h28 (de Brasília), as ações eram negociadas por US$ 20,23.

Um dos fatores dessa oscilação grande, que afeta muitas empresas pioneiras do setor da cannabis, é a questão regulatória. Nos EUA, por exemplo, alguns estados já permitem a produção e comercialização da maconha; outros vivem debates acalorados sobre sua legalização, o que pode abrir – ou fechar – mercados da noite para o dia.

Mercado de maconha movimentou US$ 18 bilhões no exterior em 2018

Segundo um relatório do Banco Montreal, do Canadá, o mercado global legal de cannabis movimentou US$ 18 bilhões em 2018. No mesmo levantamento, o banco apontou que a maconha pode gerar movimentação de US$ 194 bilhões até 2026.

Por sua vez, um estudo da New Frontier Data, empresa de análítises focada na indústria da maconha, revelou que, caso a erva seja legalizada em nível nacional nos Estados Unidos, o mercado de cannabis poderia criar um novo campo de arrecadação de impostos nos EUA, gerando algo em torno de US$ 132 bilhões de dólares, até 2025.O levantamento também estimou que a legalização em todo o território dos EUA geraria 782 mil empregos naquele país.

Pioneiras

A Canopy Growth foi a primeira empresa do ramo ter ações listadas na bolsa de valores de Nova York (NYSE). Ela abriu capital em 2016 com  as ações negociadas a US$ 2,68. Em 19 de novembro, seus papéis estavam cotados em torno de US$ 21, o que representa uma valorização de 683,53% nas ações. Segundo a Reuters, seu valor de mercado é de 7,5 bilhões, o que a torna a maior empresa do ramo.

A segunda maior companhia nessa atividade é a Aurora Cannabis, também canadense, com valor de mercado de US$ 4,1 bilhões. Ela é seguida pela GW Pharmaceuticals, da Inglaterra, que acumula valor de US$ 3,4 bilhões.

A maconha pode movimentar 2,4 bilhões no Brasil

Segundo um levantamento realizado pela consultoria americana New Frontier Data, se o mercado de cannabis fosse legalizado no Brasil, a maconha movimentaria cerca de US$ 2,4 bilhões no país.

Já na América Latina, a erva poderia gerar receitas de US$ 9,8 bilhões, somando as riquezas geradas no México, na Argentina, na Colômbia e no Chile.

Até outubro, circulava no Senado o Projeto de Lei Sugestão nº 6/2016. O relator era o senador Alessandro Vieira (PPS-SE) e o texto propunha regulamentar a maconha medicinal no Brasil. Contudo, a tramitação desse PL foi encerrada. Em 2014, o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) propôs o PL 7270/2014. No texto, o deputado sugeriu a legalização da industrialização e a comercialização de Cannabis. O projeto permanece na Câmara.

Fonte:


Ricardo de Freitas

Ricardo de Freitas não é apenas o CEO e Jornalista do Portal Jornal Contábil, mas também possui uma sólida trajetória como principal executivo e consultor de grandes empresas de software no Brasil. Sua experiência no setor de tecnologia, adquirida até 2013, o proporcionou uma visão estratégica sobre as necessidades e desafios das empresas. Ainda em 2010, demonstrou sua expertise em comunicação e negócios ao lançar com sucesso o livro "A Revolução de Marketing para Empresas de Contabilidade", uma obra que se tornou referência para o setor contábil em busca de novas abordagens de marketing e relacionamento com clientes. Sua liderança no Jornal Contábil, portanto, é enriquecida por uma compreensão multifacetada do mundo empresarial, unindo tecnologia, gestão e comunicação estratégica.

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