Principais erros que acabam com o lucro dos microempreendedores

O lucro bruto do negócio, o quanto sobrou para pagar os gastos fixos e gerar lucro é conhecido como margem de contribuição.

Porém engana-se quem acredita que vender mais é sinal de ganhar mais.

A receita de uma empresa, todo o dinheiro que entra, e o custo variável, aquele se modifica para mais ou menos durante as atividades do negócio, costumam andar juntos e isso pode gerar confusão, principalmente nos pequenos e microempreendedores.

Por isso, quando um negócio vende dez reais a mais, não são dez reais que sobraram no bolso, porque tem os custos variáveis atrelados como impostos, taxas de cartão, comissões, fornecedores e assim por diante.  

Renan Kaminski, sócio-fundador da 4blue, consultoria financeira voltada para o pequeno, médio e microempreendedor, elenca os 5 erros que acabam com a margem de contribuição de uma empresa, sendo ela um dos indicadores mais importantes de um negócio.

  1. Preço errado: uma das maiores causas para a margem de contribuição estar baixa. O valor cobrado pelo produto ou serviço precisa ser calculado de forma correta, pois preço errado não é suficiente para cobrir gastos, fazendo com que a margem de lucro vá para baixo. Quando se percebe que a margem de contribuição está baixa, menor do que se gostaria, muito provavelmente o empreendedor está errando no preço.
  2. Custos altos com os fornecedores: comprar caro, seja em produtos, matéria-prima ou serviços gerados por terceiros, precisam ser estudados e negociados. Em caso de reajustes desses itens, eles precisam ser repassados na precificação.
  3. Custos altos de comissão: taxas de maquininhas, de comissão de venda, de comissão de aplicativos de entrega, entre outros, incidem sobre a venda. O ideal é que todas as taxas sejam revistas e negociadas. Com o passar do tempo, muitas pessoas tendem a não prestar atenção nessas ‘pequenas’ taxas, que no montante significa um valor muito alto.
  4. Crescimento dos impostos não repassados no preço: o empreendimento cresce e automaticamente se paga mais imposto, sempre proporcional. Um exemplo: no caso de MEI – Microempreendedor Individual, não se paga nenhum imposto direto de nota fiscal emitida, porém, ao crescer e se tornar SIMPLES Nacional, o imposto já salta de 3% a 6%, dependendo do tipo de negócio, que com o passar do tempo, com um crescimento maior ainda, pode começar a pagar mais, 10% ou 17%. Então o valor que se pagava quando começou, há 6 anos, hoje já pode estar pagando dez pontos percentuais a mais de imposto sobre o faturamento e se isso não estiver precificado, se isso não estiver calculado, a margem de contribuição desaparece.
  5. Desperdícios: rever todos os processos, minimizando ao máximo as perdas é fundamental para manter a margem de contribuição sadia. Dependendo do negócio, algumas perdas fazem parte do processo, por exemplo, em uma hamburgueria, no preço já está calculado a perda de hambúrguer, de alface, de tomate, uma perda natural de insumos, mas de repente o processo não está bem organizado, o empreendedor acaba perdendo o dobro desses insumos e isso vai refletir na margem de contribuição. Outro exemplo é a da prestação de serviços. Caso esse prestador tenha que ir três vezes no mesmo cliente por causa de erros que cometeu, acaba também gerando desperdício, seja de tempo ou de gastos com o deslocamento. Esses desperdícios podem ser causados por outros diversos motivos, acarretando um aumento de custo e perda de dinheiro.

Por isso, vale todo tipo de empresário, independentemente do tamanho do negócio, ficar atento a essas questões. Um simples deslize pode acabar totalmente com a margem de contribuição, ou seja acabar com a disponibilidade financeira para a empresa bancar as suas contas.

Sobrea 4blue:

Empresa que desde 2009 presta consultoria e treinamento financeiro para pequenas empresas de todo o Brasil, além de outros serviços estratégicos e empresariais. A 4blue atualmente é referência em gestão financeira para empreendedores.

Gabriel Dau

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