Programa Casa Verde e Amarela está sem recursos e ameaçado de não ir adiante

O Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) está em uma situação não muito confortável com um dos programas que é considerado sua vitrine eleitoral: o Programa Casa Verde e Amarela. As obras de moradias para famílias de baixa renda podem ser paralisadas entre o fim de agosto e o início de setembro por falta de dinheiro. 

O orçamento do programa está perto de se esgotar, e não há até o momento previsão de um novo crédito para dar mais recursos ao programa. O orçamento é de R$ 400 milhões para a faixa 1, destinado a famílias que ganham até R$ 2 mil mensais. Para finalizar as obras, o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) precisa de um adicional de R$ 800 milhões. Ou seja, o governo só dispõe de metade do recurso necessário.

De acordo com o Ministério, o governo federal entregou 19.684 unidades habitacionais da faixa 1 do Casa Verde e Amarela em 2021.  O governo até está preparando o envio de dois projetos de lei para abrir créditos no Orçamento, no valor total de R$ 4,7 bilhões, mas segundo consta nos bastidores da notícia, não haverá recursos para o Casa Verde e Amarela.

Os projetos que abrem os créditos ainda não foram enviados ao Congresso Nacional. O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, ainda está conversando internamente no governo para buscar uma solução para a continuidade das obras.

Mesmo que o projeto seja enviado sem previsão de recursos para o programa habitacional, o Congresso tem autonomia para remanejar verbas e decidir para onde vai o dinheiro. Por isso, a indústria da construção aposta no apoio dos parlamentares. O valor total do crédito, porém, não pode superar o espaço que existe no teto de gastos, a regra que limita o avanço das despesas à inflação, mesmo que haja aumento na arrecadação.

No início do ano, o impasse em torno do Orçamento de 2021 resultou no veto total da verba de R$ 1,37 bilhão programada para o Casa Verde e Amarela este ano. Desde então, apenas R$ 400 milhões foram repostos. O Nordeste é o principal perdedor da paralisação das obras.

Ana Luzia Rodrigues

Formada em jornalismo há mais de 30 anos, já passou por diversas redações dos jornais do interior onde ocupou cargos como repórter e editora-chefe. Também já foi assessora de imprensa da Câmara Municipal de Teresópolis. Atuante no Jornal Contábil desde 2021.

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