Reforma Tributária: Empresários Subestimam Urgência da Transição e Podem Sofrer Consequências Irreversíveis
A Federação das Câmaras de Comércio Exterior (FCCE), vinculada à Confederação Nacional do Comércio (CNC), emitiu um alerta contundente ao setor empresarial: o tempo para se adaptar à Reforma Tributária do Consumo está se esgotando, e a inércia pode ser fatal para milhares de empresas brasileiras.
A seis meses do início da transição oficial para o novo sistema tributário – previsto para começar em 2026 –, muitas empresas ainda alimentam a expectativa de que o projeto será adiado. Para o presidente do Comitê Especial da Reforma Tributária da FCCE, Carlos Henrique Girão, essa crença é um grave erro estratégico.
“É surpreendente o número de empresários que acreditam que haverá tempo extra. A engrenagem fiscal já está girando”, afirma Girão.
A partir de julho de 2025, a Receita Federal inicia os testes práticos da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) com cerca de 500 empresas selecionadas pelo programa Confia. Esse piloto marca o início real da implantação do novo sistema tributário, muito antes do calendário final de 2033.
A FCCE reforça três fatores principais que tornam o cenário inadiável:
Segundo Girão, os maiores desafios recaem sobre empresas optantes pelo lucro presumido e pelo Simples Nacional, que nunca operaram sob o regime não cumulativo de créditos fiscais.
“O tempo médio de adaptação para uma empresa de médio porte pode variar entre 6 e 8 meses. Esperar até o segundo semestre de 2025 pode ser tarde demais”, adverte.
Com o fim dos incentivos regionais e a unificação da carga tributária, muitas empresas precisarão reavaliar sua localização geográfica, cadeias logísticas e estruturas de negócio.
Segundo Thiago Leda, diretor tributário do Grupo IRKO:
“Hoje, os estímulos estão atrelados a benefícios de ICMS e ISS. Com o recolhimento no destino, a localização da empresa perde relevância tributária e ganha importância operacional e logística.”
A Receita Federal publicou a Portaria nº 446/2024, instituindo um projeto-piloto da CBS com participação de grandes empresas que servirão de referência para validar os sistemas e procedimentos da nova apuração fiscal.
Essa etapa inicial será essencial para identificar inconsistências, gargalos operacionais e simulações de impacto financeiro para os contribuintes. Os resultados devem orientar ajustes nos sistemas ERP, layouts de nota fiscal e plataformas de apuração automatizada.
Etapa | Data prevista |
---|---|
Início dos testes da CBS | Julho de 2025 |
Emissão real de documentos com CBS/IBS (ambiente de produção) | Outubro de 2025 |
Obrigatoriedade da CBS e IBS | Janeiro de 2026 |
Redução gradual de incentivos fiscais | A partir de 2029 |
Extinção total de ICMS, ISS, PIS, Cofins | Até 2033 |
A reforma já está em curso. A empresa que não agir agora, ficará para trás. A adaptação demanda investimentos em sistemas, treinamento da equipe contábil e fiscal, ajustes contratuais e planejamento estratégico de longo prazo.
A transição para o novo modelo tributário não é apenas uma questão fiscal — é uma mudança estrutural que afetará toda a cadeia operacional e competitiva das empresas brasileiras.
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