Reforma Tributária: O Novo Campo Minado dos Contadores e Advogados — Erros Podem Custar Clientes, Reputação e Multas Milionárias / Fiscaltalks
A aprovação da Reforma Tributária (EC 132/2023 e LC 214/2023) inaugurou uma das maiores transformações fiscais da história do Brasil.
Mas, por trás das promessas de simplificação e transparência, surge uma nova realidade: a responsabilidade dos contadores e advogados tributários está se multiplicando — e com ela, os riscos.
Empresas de todos os portes estão, neste momento, reavaliando seus prestadores contábeis e jurídicos, exigindo planejamento tributário preciso, simulações personalizadas e estratégias seguras de transição.
Um erro interpretativo, uma falta de atualização ou uma simples omissão de orientação poderão resultar não apenas em autuações fiscais, mas também em rompimentos contratuais e ações de responsabilidade técnica.
Até 2023, a responsabilidade de um contador por erros em apurações ou regimes fiscais era, em muitos casos, administrativa ou civil.
Com a nova legislação, o cenário muda: a omissão de orientação sobre regimes de transição, créditos acumulados e apuração do IBS e CBS pode configurar negligência profissional.
Segundo especialistas, o artigo 37 da LC 214/2023 estabelece que as empresas deverão adequar seus sistemas e parametrizações fiscais, o que implica um dever de acompanhamento técnico contínuo por parte dos contadores.
Ou seja: quem não orientar, responderá.
💬 “O contador passa a ser um pilar de decisão tributária. Ele não é mais um apurador de imposto, mas um gestor de risco fiscal”, comenta um tributarista ouvido pelo Jornal Contábil.
Os riscos vão muito além de simples notificações da Receita Federal.
Veja o que um erro contábil em tempos de transição tributária pode gerar:
O novo ambiente fiscal é digital, cruzado e automatizado.
O fisco já utiliza IA e Big Data para detectar inconsistências entre notas fiscais, declarações, e movimentações financeiras — o que torna qualquer erro de parametrização um sinal vermelho instantâneo nos sistemas federais e estaduais.
O novo perfil do cliente corporativo exige diagnóstico tributário, projeções de carga fiscal e acompanhamento preventivo.
Ou seja, os contadores e advogados que não migrarem de uma atuação operacional para uma consultiva serão substituídos.
Empresas já buscam escritórios capazes de:
Essa transformação cria uma nova elite contábil e jurídica: profissionais que unem técnica, tecnologia e análise estratégica.
O contador, por definição legal, responde solidariamente por erros de cálculo e declarações falsas quando comprovada omissão ou dolo.
Mas, com a complexidade da Reforma, a fronteira entre erro técnico e erro de interpretação ficou turva — e isso pode ser usado judicialmente contra o profissional.
Um cliente autuado, por exemplo, pode alegar que não foi corretamente orientado sobre o impacto do IBS, ou que o contador falhou em ajustar o regime de créditos.
Essas situações já estão sendo estudadas por escritórios de advocacia que preparam ações regressivas contra profissionais da contabilidade.
Para sobreviver e prosperar neste novo ambiente, o contador e o advogado tributário precisarão:
A contabilidade, sob a Reforma Tributária, deixa de ser uma função mecânica e passa a ser uma atividade de inteligência fiscal e gestão de riscos.
Quem não acompanhar essa mudança não apenas perderá clientes, mas poderá enfrentar ações e sanções severas.
Empresas esperam dos contadores e advogados visão estratégica, segurança técnica e domínio da transição.
Em um país onde a carga tributária é alta e as regras mudam diariamente, a confiança se tornará o ativo mais valioso da profissão.
Conclusão:
A Reforma Tributária é um divisor de águas.
Ela não apenas redefine o sistema de arrecadação, mas transforma o papel do contador e do advogado em guardiões do compliance fiscal.
Aqueles que se adaptarem rápido — estudando, implementando tecnologia e orientando de forma preventiva — sairão fortalecidos.
Os demais, infelizmente, poderão ver sua reputação ruir sob o peso de um simples erro de orientação.
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