Contabilidade

Setembro Amarelo: como anda a saúde mental da classe contábil?

O Setembro Amarelo é uma campanha que, anualmente, nos lembra da urgência de falar abertamente sobre a saúde mental e a prevenção do suicídio. A saúde mental não se perde de repente, mas se desgasta aos poucos, e o ambiente de trabalho é um fator crucial nesse processo.

Em meio a prazos apertados, complexidade da legislação e a responsabilidade por dados financeiros, a classe contábil está particularmente vulnerável a altos níveis de estresse e esgotamento profissional. 

A pressão constante para evitar erros, que podem custar caro para as empresas, e a carga de trabalho intensa, especialmente em períodos de pico como a entrega de declarações, tornam os contadores um grupo de risco para o desenvolvimento de transtornos mentais.

Os números mostram que essa realidade não pode mais ser ignorada. Segundo dados do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, coordenado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), o número de benefícios concedidos por transtornos mentais relacionados ao trabalho cresceu 134% nos últimos dois anos. 

Essa estatística, que reflete o cenário em diversas profissões, ressalta a importância de um olhar cuidadoso para a saúde dos profissionais da contabilidade.

Leia também:

Como as empresas podem agir

É fundamental que os escritórios e empresas do setor contábil criem um ambiente de trabalho mais saudável, com comunicação aberta, suporte psicológico e uma cultura de respeito. 

O Setembro Amarelo nos convida a ir além do debate e a agir, reconhecendo que cuidar da saúde mental da classe contábil é um investimento no bem-estar dos profissionais e na sustentabilidade do próprio negócio.

Práticas para amenizar o estresse e promover o bem-estar mental:

1. Gerenciamento de Carga de Trabalho

  • Distribuição justa: Garanta que a carga de trabalho seja distribuída de forma equitativa entre a equipe, evitando que alguns profissionais fiquem sobrecarregados.
  • Priorização clara: Ajude os colaboradores a priorizar tarefas, definindo metas realistas e comunicando o que é mais urgente. Isso reduz a sensação de “apagar incêndios” o tempo todo.

2. Flexibilidade e Autonomia

  • Horários flexíveis: Quando possível, ofereça horários de trabalho mais flexíveis ou a opção de trabalho híbrido. Isso ajuda a equilibrar a vida profissional e pessoal.
  • Autonomia sobre as tarefas: Dê aos profissionais a liberdade de gerenciar suas próprias tarefas e a forma como as executam. Isso aumenta a sensação de controle e confiança.

3. Suporte e Comunicação

  • Canais de suporte: Ofereça acesso a serviços de apoio psicológico, como sessões de terapia ou linhas de aconselhamento, sem que o colaborador precise arcar com os custos.
  • Líderes preparados: Treine gestores e líderes para identificar sinais de esgotamento e para que possam conversar de forma empática e aberta sobre o tema.
  • Feedback constante: Mantenha um canal de feedback aberto, onde os profissionais se sintam à vontade para expressar preocupações sem medo de julgamento.

4. Foco na Qualidade de Vida

  • Incentivo a pausas: Incentive pausas regulares durante o expediente. Uma pequena caminhada ou alguns minutos de descanso podem fazer uma grande diferença na produtividade e no bem-estar.
  • Desconexão após o expediente: Estabeleça uma cultura que respeite o tempo de descanso. Evite enviar e-mail ou mensagens fora do horário de trabalho, mostrando que o tempo livre é valorizado.

Adotar essas práticas não é apenas uma questão de empatia, mas também de estratégia. Um profissional com a saúde mental em dia é mais engajado, criativo e produtivo, o que, no final das contas, beneficia toda a empresa.

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Ana Luzia Rodrigues

Formada em jornalismo há mais de 30 anos, já passou por diversas redações dos jornais do interior onde ocupou cargos como repórter e editora-chefe. Também já foi assessora de imprensa da Câmara Municipal de Teresópolis. Atuante no Jornal Contábil desde 2021.

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