Criptomoedas

Stablecoins: Conheça as Criptomoedas Mais Estáveis do Mercado!

No volátil mundo das criptomoedas, onde preços podem disparar ou despencar em questão de minutos, um tipo de ativo digital surge como um porto seguro: as stablecoins. Como o próprio nome sugere, elas foram criadas com um propósito fundamental: manter um valor estável, geralmente atrelado a uma moeda fiduciária (como o Dólar Americano) ou a um lastro de ativos.

Para entender o que são as stablecoins, imagine a seguinte situação: você quer usar criptomoedas para transações diárias, mas teme que o valor do seu Bitcoin ou Ethereum mude drasticamente entre o momento da compra e o do uso. É aí que as stablecoins entram em cena. Elas buscam replicar a previsibilidade das moedas tradicionais, ao mesmo tempo em que aproveitam os benefícios da tecnologia blockchain, como agilidade nas transações e descentralização.

Mas como elas conseguem essa estabilidade?

Existem diferentes mecanismos para garantir a paridade de uma stablecoin, mas os mais comuns são:

  • 1- Lastreadas em Moeda Fiduciária (Fiat-Collateralized): São as mais populares. Para cada stablecoin emitida, há uma unidade da moeda fiduciária correspondente (geralmente Dólar Americano) guardada em reservas bancárias. Isso significa que, se você possui 1 USDC, por exemplo, a empresa emissora teoricamente tem 1 Dólar em sua conta para garantir o resgate. Essa garantia oferece confiança, mas exige auditorias e transparência para comprovar a existência das reservas.
  • 2- Lastreadas em Criptoativos (Crypto-Collateralized): Neste modelo, a stablecoin é garantida por uma cesta de outras criptomoedas. Para diminuir a volatilidade do lastro, geralmente é exigida uma sobrecolateralização. Ou seja, para emitir $100 em stablecoin, você pode precisar depositar $150 ou $200 em criptoativos voláteis. Se o valor do lastro cair, uma parte dele pode ser liquidada para manter a estabilidade.
  • 3- Algorítmicas (Algorithmic): São as mais complexas e, historicamente, as mais arriscadas. Elas não possuem um lastro direto em reservas ou criptoativos. Em vez disso, algoritmos buscam manter a paridade queimando ou cunhando novas stablecoins de acordo com a demanda e a oferta. O colapso da stablecoin algorítmica TerraUSD (UST) em 2022 serviu como um lembrete severo dos riscos inerentes a esse modelo.

Por que as Stablecoins são Importantes?

As stablecoins desempenham um papel crucial no ecossistema cripto e além:

  1. Ponte entre o mundo tradicional e o cripto: Facilitam a entrada e saída de capital do mercado cripto sem a necessidade de conversão constante para moedas fiduciárias.
  2. Meio de troca para pagamentos: Oferecem uma alternativa digital estável para transações do dia a dia, remessas internacionais e comércio eletrônico.
  3. Refúgio em tempos de volatilidade: Investidores podem converter seus ativos voláteis em stablecoins durante quedas de mercado, protegendo seu capital.
  4. Base para finanças descentralizadas (DeFi): Muitas aplicações DeFi utilizam stablecoins como base para empréstimos, pools de liquidez e outras operações.

Quais São as Stablecoins Mais Conhecidas no Mercado?

Atualmente, algumas stablecoins dominam o mercado, sendo as mais proeminentes:

  • Tether (USDT): É a stablecoin mais antiga e com maior volume de negociação. Lastreada em Dólar Americano, ela é amplamente utilizada em exchanges para negociação e como par para diversas criptomoedas. Apesar de seu domínio, o USDT já ter enfrentado um exame minucioso em relação à transparência de suas reservas.
  • USD Coin (USDC): Desenvolvida por um consórcio liderado pela Circle e Coinbase, o USDC é outra stablecoin lastreada em Dólar Americano que ganhou significativa confiança no mercado devido à sua maior transparência e auditorias regulares de suas reservas.
  • Dai (DAI): Diferente das duas primeiras, o DAI é uma stablecoin descentralizada lastreada em criptoativos. Gerenciado pelo protocolo MakerDAO, ele busca manter a paridade com o Dólar Americano através de um sistema de sobrecolateralização e mecanismos de governança. Sua natureza descentralizada a torna atraente para aqueles que buscam maior independência de entidades centralizadas.
  • First Digital USD (FDUSD): Uma stablecoin relativamente mais nova, lançada pela First Digital Labs, com sede em Hong Kong. O FDUSD é lastreado em Dólar Americano e busca oferecer uma alternativa competitiva no mercado, com foco em regulamentação e transparência.

O mercado de stablecoins continua em evolução. Reguladores em todo o mundo estão cada vez mais atentos a esses ativos, buscando criar marcos legais que garantam a proteção do consumidor e a estabilidade financeira. O surgimento de CBDCs (Moedas Digitais de Banco Central) também pode impactar o cenário das stablecoins no futuro.

Independentemente dos desafios regulatórios, as stablecoins consolidaram seu papel como um pilar fundamental do universo cripto, oferecendo a tão desejada estabilidade em um ecossistema conhecido por sua imprevisibilidade. Elas são, de fato, a âncora que permite que o barco das finanças digitais navegue com mais segurança pelos mares turbulentos do mercado.

Por Lucas de Sá Pereira, contador , e colunista do Jornal Contábil e criador do Instagram @contadorlucaspereira

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Lucas Pereira

Com mais de uma década de vivência no mundo contábil, sou Lucas Pereira, formado pela Universidade Braz Cubas em ciências contábeis e com registro no CRC. Minha jornada me levou a aprimorar meus conhecimentos em renomadas instituições internacionais como King's College London e SOAS University of London. Acredito que a contabilidade e as finanças não precisam ser complexas. Aqui, no Jornal Contábil, meu objetivo é desmistificar esses temas e compartilhar insights práticos para que você tome decisões mais assertivas para o seu negócio.

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