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Para grande parte dos brasileiros, o fim de ano representa o momento de ter um desafogo financeiro. O motivo para isso é o pagamento do 13º salário, um direito garantido por lei que auxilia na renda familiar. Esse dinheiro a mais é tão esperado pelas famílias que a maioria delas acaba não planejando como utilizá-lo de forma adequada. Os usos são variados e, diante de tantas opções de aplicação, muitos gastam mais do que deveriam.
Ainda que o 13º possa ser utilizado para potencializar o consumo, sobretudo em uma época de intensa movimentação no varejo, essas despesas precisam ser planejadas. Em 2020, por exemplo, uma pesquisa da Câmara Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Instituto Offer Wise Pesquisas mostrou que mais da metade dos brasileiros (53%) pretendia gastar o benefício nas compras natalinas e nas comemorações de Natal e Ano-Novo – mesmo com a pandemia de covid-19 tendo diminuído a renda das pessoas. Entretanto, não precisa ser assim. Com inteligência e preparo, é possível utilizar o 13º de forma consciente para atingir seus objetivos. Confira algumas dicas!
O primeiro passo, evidentemente, é saber o seu principal objetivo financeiro. São inúmeras possibilidades: quitação de dívidas, compras de fim de ano, investimento em ativos, reserva de emergência, contas de início de ano, entre outros. O mais importante é a pessoa ter em mente o que ela precisa resolver com essa quantia a mais na conta. Quando se sabe onde quer chegar, é mais fácil traçar os melhores caminhos.
Não é fácil estabelecer essas prioridades. O cenário econômico instável do último ano fez muitas famílias encararem diversos problemas financeiros, como eventuais dívidas e dificuldade de guardar dinheiro. Mesmo assim, montar uma lista ajuda a elencar o que é mais prioritário de acordo com as metas e os sonhos de cada pessoa.
Uma das formas de estabelecer os critérios e as prioridades na hora de utilizar o 13º é ter uma visão completa sobre a sua saúde financeira. A pessoa pode ter uma dívida agora, mas a longo prazo pode ser mais interessante poupar e montar uma reserva de emergência que a proteja de imprevistos, ou, além disso, buscar outras formas como por meio do crédito consignado, por exemplo. É fundamental ter inteligência nesse momento e antever situações.
É um erro comum colocar em evidência as dificuldades que estão visíveis no momento. A dívida que tira o seu sono no presente realmente pode ser mais importante do que os objetivos do futuro. Mas gastar todo o salário adicional em uma única meta não vai provocar as mudanças necessárias ao longo do tempo – lhe mantendo no mesmo círculo vicioso.
A boa notícia é que essa jornada de conhecimento em saúde financeira não precisa ser feita sozinha. As pessoas podem (e devem) buscar informações a respeito de como gastar conscientemente a renda extra. Lidar com o dinheiro exige cuidado, atenção e planejamento – habilidades que são adquiridas a partir da leitura de diferentes fontes de conteúdo e do aprendizado dessas técnicas.
Nesse sentido, o avanço da internet é uma importante ferramenta à disposição. Se há algumas décadas era difícil encontrar informações a respeito de educação financeira, hoje é possível ter acesso a bons conteúdos em poucos cliques. Além disso, a própria empresa onde trabalha pode contar com programas que valorizam o uso consciente do dinheiro.
Um dos principais mantras do mercado financeiro é fazer o dinheiro “render”. Mas o que isso significa? De forma bem simples, é uma maneira de garantir que a quantia possa trazer mais vantagens para o usuário do que simplesmente o valor monetário. A situação é bem comum para quem possui investimentos: a pessoa faz uma aplicação em determinado ativo na expectativa de que ele valorize e traga dividendos.
Mas isso não precisa se resumir à carteira de investimentos. O 13º salário também pode render, principalmente no sentido de servir a vários propósitos. Faça uma divisão inteligente do total recebido. Essa divisão pode permear desde o pagamento de dívidas à composição de uma reserva de emergência. Portanto, use-o com sabedoria.
Aos poucos, o senso comum de que essa renda extra existe apenas para estimular o consumo finalmente está dando lugar a uma visão mais próxima desse benefício. Ou seja, se consolidar como uma importante ferramenta de saúde financeira. Gastar toda a quantia em compras pode saciar o desejo do consumidor, mas é o uso consciente desse valor que vai trazer benefícios mais duradouros.
Quando se tem um dinheiro a mais em mãos, é fácil ceder à tentação de utilizá-lo nas demandas que parecem mais urgentes. Mas um dos pilares da saúde financeira é justamente preparar o cidadão a refletir sua relação com o crédito e, claro, a se planejar de forma adequada para que a renda seja suficiente para financiar todos os seus objetivos. O 13º, portanto, é uma rara oportunidade de colocar toda essa teoria em prática.
Por Gustavo Godoy – Economista e diretor executivo da Ahfin
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