Contabilidade

Uso de escritórios compartilhados não terá caráter de sublocação

A Comissão de Indústria, Comércio e Serviços da Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei com regras para o uso de escritórios compartilhados, também conhecidos como espaços de coworking.

Segundo o texto, esse tipo de estabelecimento poderá ser compartilhado por pessoas físicas ou jurídicas, sem caracterizar sublocação.

O texto aprovado foi o substitutivo do relator, deputado Gilson Marques (Novo-SC), para o Projeto de Lei 4747/24, do deputado Giovani Cherini (PL-RS). A versão do relator é menos detalhista que a proposta original.

“O novo texto busca evitar a imposição de encargos desproporcionais aos operadores dos escritórios compartilhados, afastando exigências excessivamente detalhadas ou que atribuíssem a esses estabelecimentos funções típicas do poder público”, justificou Gilson Marques. “Com isso, reforça-se o caráter contratual e privado da relação entre usuários e operadores, respeitando-se a autonomia da vontade, a lógica da livre iniciativa e a responsabilidade individual.”

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Regras

Pela versão aprovada, o escritório compartilhado deverá autorizar o uso do endereço comercial pelo usuário para:

  • registro em órgãos públicos; e
  • recebimento de correspondências e notificações (judiciais ou extrajudiciais).

Os usuários, por sua vez, deverão informar ao Estado que utilizam o endereço do escritório. Quando o contrato se encerrar, terão de atualizar os registros que contenham o endereço do espaço de coworking.

O escritório compartilhado também deverá:

  • manter seus dados atualizados;
  • avisar imediatamente os usuários sobre notificações recebidas; e
  • proteger a privacidade de correspondências e informações de usuários e visitantes

O escritório somente fornecerá informações às autoridades quando houver obrigação legal e com requisição formal.

O estabelecimento não será responsável por obrigações legais, fiscais, trabalhistas ou administrativas de seus usuários, exceto se houver vínculo de grupo econômico.

Próximos passos

O projeto ainda será analisado, em caráter conclusivo, pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. O texto precisa passar por aprovação da Câmara e pelo Senado para virar lei.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Ana Luzia Rodrigues

Formada em jornalismo há mais de 30 anos, já passou por diversas redações dos jornais do interior onde ocupou cargos como repórter e editora-chefe. Também já foi assessora de imprensa da Câmara Municipal de Teresópolis. Atuante no Jornal Contábil desde 2021.

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