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O Vale do Silício, na Califórnia (EUA), é conhecido por ser um grande polo de empreendedorismo e inovação. A sua influência é tão grande que empresas e até mesmo entidades de governo do mundo inteiro tentam reproduzir a cultura organizacional dessa região.
Esse fluxo global de pessoas para entender a mentalidade e a cultura da região já acontece há alguns anos. Em imersões transformadoras, essas pessoas podem compreender, em detalhes, as características do mindset do lugar que está revolucionando o mundo.
Entender e aplicar o mindset do Vale do Silício é uma forma de gerenciar a cultura de uma organização. A gestão dos valores para a mudança de mentalidade organizacional, se tornou a nova vantagem competitiva dos tempos modernos.
Se você quer entender mais sobre esse tema, continue com a leitura!
A cultura organizacional é o conjunto sistemático de valores e crenças que baseiam o modo como a empresa orienta as suas práticas de negócios e que devem ser o norte de todos os seus membros.
Para ficar mais claro, façamos uma correlação entre uma empresa e um iceberg. A menor parte está visível e a maior porção, submersa no mar. Toda empresa também tem aspectos visíveis e invisíveis.
São aspectos visíveis:
Nos aspectos invisíveis, temos os valores coletivos, ou seja, a mentalidade dessa organização.
A maioria das empresas gerencia os aspectos visíveis e simplesmente ignora os aspectos invisíveis. Fatalmente isso será um grande problema, pois, conforme afirmou Peter Drucker, pai da administração moderna, “a cultura devora a estratégia no café da manhã”.
Isso significa que, se os aspectos visíveis não estiverem adequados aos valores organizacionais praticados, poderá haver uma grande entropia cultural, que consiste na energia que é dispensada em planejamentos que não são aplicados, em reuniões improdutivas, presenteísmo, absenteísmo, rotatividade, enfim, conflitos que não chegam a lugar algum.
A organização, nesse caso, perde em produtividade, em retenção de talentos e seus resultados são afetados.
Muitas empresas acreditam que gerenciam a cultura, quando se reúnem e estabelecem a missão, a visão e os valores sem que ao menos tenham feito um diagnóstico para verificar quais valores de fato são praticados.
Ao definir aleatoriamente, descrevem esses valores em plaquetas e distribuem essas informações pela empresa. Quando os colaboradores e clientes começam a perceber que isso é só discurso, surge um grande problema: a credibilidade da liderança e da organização é afetada.
Gerenciar a cultura de uma organização é conhecer de fato quais são os valores praticados, bem definidos, e projetar novos com um plano consistente de indicadores de comportamentos esperados.
Além disso, é essencial que a liderança seja a grande patrocinadora da gestão da cultura. Afinal, Edgar Schein, pai da cultura organizacional, afirmou tempos atrás que “cultura e liderança são dois lados de uma única moeda”.
A cultura organizacional é influenciada pela cultura do ambiente no qual ela está inserida. Esse é o resultado de diversas pesquisas sobre os fatores que influenciam a cultura de uma organização.
Dentre esses estudos, vale ressaltar um bem famoso e clássico, desenvolvido por Hofstede, na IBM. Fizeram parte desse estudo 50 países em que a IBM estava instalada. Foram aplicados 116 mil questionários com funcionários que ocupavam a mesma posição, mas em países diferentes.
Dentre os fatores analisados e comprovados, chegou-se à conclusão de que a cultura, ou seja, a mentalidade e os valores de uma comunidade, influenciava substancialmente a mentalidade e os valores da filial instalada naquele país.
Nesse case da IBM, percebeu-se que era necessário ter um esforço muito maior para o fortalecimento da cultura organizacional e considerar a mentalidade das pessoas daquela localidade, as quais faziam parte do quadro de colaboradores, para que as estratégias implementadas tivessem sucesso.
Algumas atitudes e práticas comuns no Vale do Silício são responsáveis pela criação do terreno fértil para que as inovações aconteçam.
Entre as características mais importantes que poderão contribuir com o seu negócio ou com o seu time, estão:
No Vale do Silício, as pessoas têm uma visão de contribuição e, na prática, há uma profunda disposição em compartilhar informações e disseminar o conhecimento.
Das grandes às pequenas empresas, todas abrem suas portas para ensinar a quem deseja entender e aprender a mentalidade do Vale e, até mesmo, ensinam seu modelo de inovação, seus processos e sua cultura organizacional.
Nessa visão de abundância, as pessoas que trabalham no Vale não retêm informação e repudiam a visão da escassez, ou seja: comportamentos de desconfiança, do não compartilhar, de ameaça não são bem-vindos.
Muitos dizem que “pessoas assim não sobrevivem muito tempo no Vale do Silício”. Quem chega lá é surpreendido com a doação de conhecimento de forma voluntária e gratuita.
Na região de maior inovação do mundo, há uma certeza: não existem soluções inovadoras sem gestão de pessoas!
As empresas do Vale do Silício investem pesado em seus colaboradores. Os investimentos perpassam diferentes caminhos, como políticas que promovem o bem-estar das pessoas, capacitações e programas de treinamento de altíssima qualidade, ambiente de aconchego e clima organizacional positivo, alimentação de qualidade, políticas de qualidade de vida, entre outros.
Ademais, as áreas de recrutamento e seleção das empresas no Vale do Silício estão em busca dos melhores talentos no mundo. Essa cultura reflete um valor comum em diversas organizações: orgulho em pertencer.
Esse sentimento extrapola o dinheiro e a remuneração, pois para os trabalhadores dessas empresas o financeiro é consequência de um trabalho realizado com excelência. E, na verdade, o aprendizado é o mais importante!
Para que uma empresa brasileira chegue a esse nível de atrair talentos e criar o sentimento de orgulho em pertencer, é importante gerenciar a própria cultura organizacional, definindo o seu propósito e os valores com clareza e praticando-os dentro de processos e rotinas da organização.
Quando essa cultura organizacional é percebida pelo mercado e pela sociedade, os trabalhadores que se identificam começam a desejar pertencer à empresa. Um processo seletivo por valores e talentos, para além da competência técnica, pode filtrar esses candidatos que irão se conectar profundamente com o ambiente de trabalho.
Embora essa seja a maior região do mundo a investir em inovação e tecnologia, a mentalidade é que a tecnologia é um meio, não o fim. Isto é, a tecnologia é vista como uma estratégia para melhoria de soluções, mas nunca será o objetivo final, de acordo com os especialistas que vivem e trabalham no Vale.
No curso de Path Inovation & Desing Thinking realizado na Stanford University, por exemplo, o principal aprendizado é que a inovação e o avanço da tecnologia só acontecem quando pessoas com perfis e níveis de conhecimento diferentes e qualificações distintas participam do processo.
Assim, a inovação é o resultado da colaboração de todos em uma equipe, de forma horizontal e colaborativa.
A mentalidade de inovação é resultado uma cultura organizacional que valoriza a diversidade: o diferente é bem-vindo e o não julgamento reforça a importância de se manter assim.
A cultura organizacional do Vale reflete o valor de colaboração e trabalho em equipe. Colaborar significa colocar as pessoas de uma equipe realizando um objetivo de forma conjunta, todos trabalham juntos, com uma visão sistêmica e integrada.
Isso é bem diferente da cooperação, que tem como característica a divisão de tarefas, e cada parte realizada individualmente forma o todo. Porém, esse formato não proporciona uma visão sistêmica da organização e dos objetivos traçados.
Até a estrutura física da empresa é construída para praticar esse valor de colaboração. O ambiente físico possui poucas ou nenhuma segregação, seja com paredes ou divisórias. As mesas são próximas umas das outras: as pessoas conseguem se comunicar presencialmente e até entender o trabalho do outro departamento porque estão todas integradas.
No entanto, segundo o diretor da Vault, incubadora de mais de 100 startups no mundo, “é mais difícil para as pessoas de outras culturas se adaptarem à colaboração, entretanto essa é uma regra e um valor da companhia: quanto mais integrados, mais se pode aprender e colaborar uns com os outros”.
As empresas no Vale realmente acreditam e investem no bem-estar das pessoas, pois são elas que levam as empresas ao patamar desejado.
Assim é que se percebe que a cultura organizacional centrada no ser humano é bem presente na maioria das empresas do Vale, começando pela estrutura física até as políticas, processos e valores da empresa.
Ambiente rico em saúde é o que mais se vê por lá…
Salão de jogos, espaços para meditação, descanso, leitura e laboratórios de flow são alguns exemplos.
As lideranças assumem um papel de colaboração e de suporte para as pessoas, de forma que a estrutura de pessoal é mais horizontalizada do que hierarquizada, como ocorre em muitas empresas brasileiras.
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