Dia das Mães: A dupla jornada das profissionais contábeis que nos inspiram

Conciliar a carreira de profissional com a maternidade é um desafio que muitas mulheres enfrentam. Quando a profissão envolve a contabilidade a tarefa pode se tornar mais árdua. 

Portanto, encontrar um equilíbrio satisfatório é fundamental tanto para o sucesso profissional quanto para o bem-estar familiar.

No próximo domingo, dia 11, comemora-se o Dia das Mães. O Jornal Contábil entrevistou uma profissional de sucesso, Cláudia Lolita da Silva Freitas, que é CEO da CLAC Contabilidade, com 36 anos de atuação na área contábil. Ela, representando a categoria, respondeu sobre como é conciliar carreira e maternidade. 

Ela, assim como milhares de mulheres brasileiras, sabe que a rotina de um contador, com seus prazos e responsabilidades, exige planejamento e disciplina. Ao mesmo tempo, a maternidade traz consigo uma dinâmica muitas vezes imprevisível, demandando tempo, atenção e carinho.

Vamos mergulhar nesse universo e descobrir algumas formas de harmonizar essas duas importantes facetas da vida da mulher moderna. Acompanhe essa entrevista especial para o Dia das Mães.

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Um pouco da carreira de Cláudia Lolita

Cláudia é formada em Ciências Contábeis desde 1992. Possui quatro pós-graduações, dois MBAs e um Mestrado em Ciências Contábeis. Fundadora da CLAC Contabilidade, empresa que completa 29 anos em julho de 2025. Atua com foco em soluções inteligentes, personalizadas e estratégicas para empresas, especialmente no segmento de moda e serviços.

Jornal Contábil –  Como você se sente como profissional e o que significa para você ter uma carreira de sucesso?

Cláudia Lolita – Sinto orgulho da minha trajetória. Ter uma carreira é mais do que exercer uma função: é construir um legado com consistência, ética e amor pelo que se faz. Para mim, ser uma profissional contábil é ser uma facilitadora de sonhos empresariais.

JC – Quais são seus objetivos e sonhos profissionais?

CL – Meu maior objetivo é seguir impactando e transformando empresas, especialmente lideradas por mulheres. Quero expandir os braços da CLAC Contabilidade, consolidar o projeto EmpreeChic nacionalmente e multiplicar conhecimento através de livros, palestras e mentorias.

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Conciliar a carreira e a maternidade

JC – Como você busca o equilíbrio entre a vida profissional e a vida familiar?

CL – A verdade é que não é simples. Desde que fiquei viúva, aprendi a contar comigo mesma. Meu equilíbrio vem da fé, da organização e do propósito. Tudo que faço tem um sentido maior, e isso me ajuda a manter o foco mesmo nos dias difíceis.

JC –  Quais as oportunidades de desenvolvimento profissional que você tem percebido?

CL – O universo digital abriu muitas portas, tanto para conteúdo quanto para conexões. Hoje, podemos nos posicionar de forma estratégica em nichos específicos, como o que venho desenvolvendo no setor da moda. Além disso, as parcerias e os eventos de networking têm sido grandes oportunidades de crescimento.

JC –  Como você se sente em relação ao mercado de trabalho?

CL – O mercado ainda é desafiador para quem é mulher e deseja ocupar espaços de liderança. Mas vejo um movimento positivo de valorização de quem entrega com qualidade. Ainda há barreiras, mas também há espaço para quem está disposto a romper com padrões antigos.

JC –  A carreira contábil exige muito da saúde mental. Como você lida com isso? Tem apoio em casa?

CL – Exige sim. São muitas responsabilidades, prazos e cobranças. Eu lido com espiritualidade, organização e foco em resultados. Hoje, não tenho um apoio familiar direto, mas criei uma rede de apoio com amigas, colegas e mentores. Isso faz toda a diferença.

Vida Familiar X Carreira

JC –  Como você gerencia seu tempo e prioridades para equilibrar a vida familiar e de profissional contábil?

CL – Eu priorizo com clareza: o que é urgente, o que é importante e o que pode esperar. Aprendi a dizer “não” com mais tranquilidade e reservo momentos sagrados para minha família — especialmente meus netos, que são minha grande alegria.

JC – A contadora é mais exigida em sua carreira por ser mulher? Afinal, tem expediente como mãe e profissional.

CL – Sim, somos mais exigidas. Precisamos mostrar nossa competência o tempo inteiro. No começo da minha carreira, éramos apenas quatro contadoras na cidade. Tive que conquistar espaço em reuniões dominadas por homens, provar minha capacidade e manter a firmeza emocional.

JC – A mulher precisa provar para o mercado (predominante masculino) que também é competente só pelo fato de ser mulher e mãe?

CL – Infelizmente, sim. Muitas vezes, a maternidade é vista como um “peso” na carreira, quando na verdade ela nos torna mais fortes, mais humanas e mais estratégicas. Ser mãe e profissional é uma dupla jornada que merece respeito e reconhecimento.

JC –  Por fim, você pode deixar uma mensagem para as mães e profissionais contábeis.

CL – Acredite em você, mesmo quando ninguém mais acreditar. A nossa força está na nossa capacidade de transformar dor em sabedoria e desafios em oportunidade. 

Mães e contadoras: não se encolham diante da pressão. Sejam grandes, firmes e fiéis à sua essência. O mundo precisa da nossa visão sensível e estratégica.