Contabilidade
Recuperação de créditos tributários: inteligência contábil a serviço da empresa
Recuperar créditos tributários pode representar alívio financeiro e vantagem competitiva para empresas que pagaram tributos indevidos
Em um cenário fiscal marcado pela complexidade e alta carga tributária, a recuperação de créditos tributários vem à tona como uma das ferramentas mais poderosas à disposição do contador moderno.
Não se trata apenas de corrigir erros do passado, mas de implementar uma gestão fiscal estratégica que assegure a competitividade e a saúde financeira das empresas. O verdadeiro desafio não está apenas em reaver os valores, mas em saber exatamente onde procurá-los.
O alicerce para essa recuperação reside na premissa de que a legislação, por sua própria natureza intrincada, induz o contribuinte ao erro. Ao longo dos últimos cinco anos, empresas de todos os portes e regimes (principalmente Lucro Real) realizaram pagamentos a maior ou sobre bases de cálculo incorretas, gerando um passivo fiscal oculto em favor da União e dos estados.
O papel do contador é, portanto, o de um auditor consultivo, transformando esse passivo em ativo recuperável.
Desvendando as inconsistências críticas
O foco da auditoria contábil para a recuperação de créditos deve se concentrar em dois pilares que historicamente geram as maiores oportunidades: a segregação incorreta de despesas e a tributação indevida de verbas.
1. A Lupa sobre PIS e COFINS
Para empresas no regime não cumulativo, a maior fonte de créditos está na falha em aproveitar integralmente os insumos.
A legislação de PIS e COFINS permite o crédito sobre bens e serviços utilizados na produção ou prestação de serviços. Contudo, a interpretação restritiva do Fisco contrastou por anos com a realidade operacional das empresas.
Com a consolidação do entendimento pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), o conceito de insumo foi ampliado: é tudo que for essencial ou relevante para a atividade-fim. Isso exige do contador uma revisão detalhada do Demonstrativo de Lucros e Perdas para identificar despesas que, embora não diretamente ligadas ao produto final, são importantes para a cadeia produtiva — como serviços de vigilância e limpeza em plantas industriais, softwares específicos, ou determinados gastos com logística.
A correta identificação e retificação da EFD-Contribuições são vitais para formalizar o direito a esses valores e utilizá-los na compensação de débitos futuros.
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2. INSS Patronal
A segunda grande frente de trabalho é a folha de pagamento. Aqui, o foco é a exclusão de verbas indenizatórias da base de cálculo da Contribuição Previdenciária Patronal (CPP).
O Fisco tradicionalmente tributou essas verbas, mas o judiciário já pacificou o entendimento de que valores que não remuneram o trabalho. Como o aviso prévio indenizado, o terço constitucional de férias e os primeiros 15 dias de auxílio-doença, não podem sofrer incidência de INSS.
Para o contador, a recuperação desses valores requer uma sincronia perfeita entre o eSocial e o processo de compensação. É preciso auditar as remunerações pagas nos últimos cinco anos, recalcular o valor do INSS pago a maior, e, finalmente, utilizar o sistema PER/DCOMP Web na DCTFWeb para efetivar a compensação.
Prevenção como estratégia
A recuperação de créditos não se encerra na identificação do erro e na retificação; ela é um catalisador para a melhoria contínua.
Dessa forma, o contador, ao identificar as falhas que geraram o crédito, adquire o conhecimento necessário para prevenir que esses mesmos erros se repitam nos próximos períodos.
A consultoria contábil contínua, baseada nas lições aprendidas durante o processo de recuperação, permite a implementação de rotinas fiscais mais seguras. Assim, além da parametrização correta dos sistemas de folha e escrituração, e a atualização constante frente às mudanças jurisprudenciais.
Dessa forma, o contador migra de um papel reativo para um proativo, garantindo que a empresa mantenha sua vantagem competitiva ao longo do tempo. Minimizando passivos futuros e maximizando a eficiência tributária.
Por fim, a capacidade de gerar alívio no caixa hoje e evitar novos pagamentos indevidos amanhã é o maior valor que o profissional da contabilidade oferece ao mercado.
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